As eleições autárquicas chegaram ao fim e, com elas, um ciclo que levarei sempre comigo. O Partido Socialista não venceu no Faial, é um facto, mas há vitórias que não se contam em votos. Há vitórias que se sentem na alma, no olhar das pessoas, na serenidade de quem sabe que deu tudo. E esta, para mim, foi uma dessas vitórias.
Quando aceitei este desafio, sabia que o caminho seria exigente. Sabia que o contexto político não era favorável, que havia desilusão e descrença em muitos que, durante anos, acreditaram na força da democracia. Mas também sabia que não podemos esperar que a democracia se renove sozinha. É preciso estar presente, ter voz, ter coragem. E foi isso que fizemos: mostrámos que ainda há quem acredite que a política é um serviço público e que servir é um ato de amor à nossa terra.
Hoje, apesar da derrota eleitoral, o sentimento é o de missão cumprida. Cumprida com verdade, entrega e coerência. Dei tudo o que tinha e encontrei pelo caminho pessoas que deram tudo também. Pessoas que não se esconderam, que acreditaram num projeto honesto e corajoso. A cada uma delas, o meu mais profundo agradecimento.
Foram meses intensos. Dias longos, de conversas, encontros, sorrisos e cansaço. Fomos a todas as freguesias, falámos com tanta gente, ouvimos histórias que ficaram connosco. Descobrimos o quanto o Faial é feito de pessoas extraordinárias — trabalhadores incansáveis, jovens cheios de ideias, idosos que carregam sabedoria e esperança. É impossível sair igual depois de uma caminhada assim.
Houve momentos duros, claro. Momentos em que o peso parecia maior do que a força. Mas foi sempre nas pessoas que encontrei energia para continuar. Nos abraços sinceros, nas palavras simples que chegavam quando mais eram precisas. Foi aí que percebi que esta campanha valia (e continuará a valer) muito mais do que qualquer resultado.
Perder uma eleição não é falhar. É apenas adiar uma etapa desta caminhada. Porque este projeto não termina aqui, está apenas a começar. O trabalho que iniciámos vai continuar, com a mesma determinação, com o mesmo espírito de equipa e com a mesma vontade de fazer do Faial uma ilha mais justa, mais coesa, mais viva. Temos quatro anos pela frente para crescer, ouvir e preparar o futuro com os faialenses.
A política, para mim, nunca foi um cálculo. É emoção, compromisso e crença. E só se faz com pessoas. Com as que estiveram na linha da frente, com as que trabalharam nos bastidores, com as que acreditaram sempre. São elas que me inspiram e me fazem querer continuar.
Sinto orgulho. Orgulho pela campanha que fizemos, pela forma como estivemos junto das pessoas, pela serenidade com que enfrentámos cada desafio. E sinto gratidão. Gratidão por cada palavra de incentivo, por cada sorriso, por cada gesto de confiança.
A democracia precisa de todos nós, todos os dias, mas sobretudo quando parece frágil. É nesses momentos que devemos reafirmar o nosso compromisso com ela, com coragem e esperança. Porque desistir nunca foi opção.
Podem não ter sido as urnas a dar-nos a vitória, mas foi o caminho que nos deu sentido. Quando o caminho é feito com verdade e com dedicação, a missão está cumprida e o coração fica inteiro. Continuaremos juntos, com o Partido Socialista do Faial, a trabalhar com e para as pessoas, a defender o que acreditamos e a construir, passo a passo, o futuro que esta ilha merece.