Opinião

Educação: Sementes de Esperança

Realizou-se recentemente, na Ilha do Faial, o IV Encontro Regional da Federação de Associações de Pais e Encarregados de Educação dos Açores (FAPA), subordinado ao tema “A Educação numa Visão de Futuro – Tecnologias, Saúde e Bem-Estar”. Durante dois dias, refletiu-se de forma séria e construtiva sobre a escola que temos e, sobretudo, sobre a escola que desejamos construir.

Este encontro, que contou com diversos palestrantes e participantes vindos de várias ilhas, e também do continente, representou um espaço privilegiado de partilha e questionamento. Num tempo de mudanças rápidas e desafios constantes, a educação não pode ser um tema lateral. Deve, pelo contrário, estar no centro da agenda pública, do debate político e do nosso compromisso coletivo enquanto sociedade.

A FAPA tem assumido um papel de enorme relevância no contexto educativo regional. A sua ação é marcada por um empenho cívico exemplar e por um compromisso inquestionável com a causa da educação. O trabalho voluntário dos seus órgãos sociais e associados tem sido notável, traduzindo-se numa dedicação diária à promoção da participação das famílias na vida escolar, à defesa de melhores condições para alunos, professores e técnicos, e à reflexão sobre temas essenciais como as tecnologias, o bem-estar, a saúde mental, ou as políticas educativas.

Falar de educação é, para mim, mais do que uma função pública ou uma responsabilidade institucional: é uma paixão que me move, me inquieta e me inspira. A educação, tal como a justiça social, está no cerne da minha visão de uma sociedade mais justa, mais coesa, mais preparada para o futuro. Ambas são pilares essenciais da democracia e do desenvolvimento humano.

Defendo que a educação deve ser um ponto de encontro, e não de divisão. Uma causa que nos una acima de ideologias, partidos ou agendas. Porque é nela que reside a capacidade de transformação pessoal, o progresso coletivo e a dignidade humana. Encontros como o promovido pela FAPA são verdadeiras sementes de esperança. São espaços de escuta, construção e compromisso, cujos efeitos devem prolongar-se no tempo e no território.

A par da relevância dos temas debatidos, foi particularmente marcante o momento protagonizado pelos alunos do Conservatório Regional da Horta. As atuações do Coro do Curso Básico de Música e do Ensemble de Palhetas emocionaram todos os presentes, lembrando-nos o papel central que a arte e a cultura devem ter na educação. Estes momentos, tantas vezes desvalorizados nas prioridades educativas, têm um valor imensurável na formação integral das crianças e jovens.

Faço votos de que iniciativas como esta se repitam por todas as ilhas, com o envolvimento ativo das comunidades escolares, especialistas, associações e decisores políticos. Que a educação

continue a ser discutida, celebrada e exigida com a profundidade que merece. Porque pensar a educação é cuidar do futuro.

Bem hajam todos os que acreditam e trabalham por esta causa.

E viva a Educação!