Opinião

Os Açores a definhar

1. As (in)decisões
Perorar sobre decisões baseadas em critérios técnicos e científicos para a questão do Hospital modular, contradiz os ensinamentos de Habermas. Os “decisionistas” não usam critérios técnicos nem científicos e menos ainda sociais. Recorrem à precipitação e à imprudência para dar a falsa sensação que lideram. Os tecnocratas só baseiam as decisões em critérios técnicos dispensando a realidade social. Existem alguns que, com base em estudos técnicos/científicos, olham para a realidade social e fazem a “bissetriz do bom senso” para tomarem a melhor decisão. Estes são os pragmatistas racionais. Porém, ninguém está obrigado a conhecer Habermas …
Passados 4 anos, o inquilino de Santana continua a falar em legados, para esconder a péssima herança socioeconómica que está em curso e deixará, como já aconteceu em 1996. Sem queixumes, os Governos do PS tiveram que refazer e fazer infraestruturas. Agora são só lamúrias atrasadas, indicando que os Açores não têm orçamento para manter e ou reabilitar o edificado. Em 2013, Passos Coelho retirou muitas infraestruturas das prioridades do financiamento comunitário. É trabalho para os nossos representantes na Europa. A conversa vazia do paradigma e outras “fraquezas robustas” não resolvem problemas. Este é um governo esgotado e sem soluções, nem capacidade negocial com a República. Os empresários desesperam com dívidas e sente-se o declínio permanente da Região.

2. A decadência
Um Presidente de Governo não é um “mestre de cerimónias” para receber entidades, sem coordenar nada nem ter rumo visível, revelando somente casuística sem horizonte percetível e escondendo-se dos problemas à espera que o tempo os esqueça. O único resultado político que restará é a virtude de governos estáveis face à ingovernabilidade vivida desde 2020. Hoje, parece que Bolieiro se distanciou do Chega. É falso. O seu governo só existe porque tem a aprovação do Chega. Aliás, nesta legislatura só o Chega apoia Bolieiro, enquanto os Açores vão definhando sem uma nova Lei de Finanças Regionais. Não basta admitir o que todos já sabiam e tem sido negado. A Região passa por dificuldades financeiras e, a par do deslumbramento inicial, fica demonstrada a incompetência política do governo regional para dialogar com a República. Recordemos que a Lei de Finanças Regionais (LFR), só aconteceu por influência e acordo político entre César e Guterres, que retiraram os Açores da bancarrota, em 1998. De novo, com César e o PS na República, a 1ª revisão desta lei aumentou as transferências financeiras para os Açores porque houve majoração justa para 9 ilhas em relação às duas da Madeira. João Jardim vociferou. Depois, com Passos Coelho, só a segunda revisão retirou verbas à nossa Região. O PS/Açores sempre disse que uma nova negociação da LFR não podia esperar pela Madeira. Agora que há uma crise política na Madeira corroborou-se o que sempre se soube pela história política passada. Para não definharmos, precisamos de um Novo Futuro!