Opinião

Afinal é Coligação ou apenas o PSD?

A poucas horas do ato eleitoral, continuamos sem perceber qual o papel dos outros dois intervenientes da coligação PSD-CDS/PP-PPM. Quer em cartazes, em fotografias, vídeos e outros meios de propaganda, assistimos a um encobrimento das verdadeiras caras da coligação, surgindo apenas a imagem do ‘presidente amigo’.

A falta de transparência em relação à coligação entre o Presidente do PSD/Açores, o CDS de Artur Lima e o PPM de Paulo Estêvão nas eleições de 4 de fevereiro levanta dúvidas legítimas sobre os motivos por trás dessa falta de clareza. Quais os receios? Porque não aparecem nos cartazes, uma vez que são parte integrante da coligação?

Esta é uma estratégia que, a meu ver, demonstra uma falta de coragem em assumir o que verdadeiramente representa o voto na coligação, sendo assim uma lamentável forma de enganar o povo açoriano.

Tudo isto leva-me a abordar a importância da “verdade na política”, da ética e da moralidade. Aquilo a que temos assistido na campanha da coligação é a uma forma de distorcer os fatos, espalhar desinformação ou mentir diretamente na tentativa de obter vantagem política e manipular a opinião pública. Os eleitores merecem informações credíveis para tomar decisões informadas sobre em quem votar e qualquer tentativa de obscurecer ou esconder informações relevantes afeta a confiança no processo democrático e naqueles que o representam.

Assistimos a uma campanha de um único protagonista, Bolieiro, que desta forma tenta esconder, talvez por vergonha, os seus colegas de coligação e, provavelmente, assim, deixar cair no esquecimento todas as asneiras e trapalhadas que ocorreram nos últimos 3 anos na Região.

Foram 3 anos de tempo perdido, 3 anos de disputas internas pelo poder, 3 anos de constantes nomeações políticas, enfim 3 anos onde o foco, em vez de ser no progresso dos Açores e na melhoria das condições de vida dos açorianos, foi na satisfação dos caprichos partidários da coligação, onde se somam ainda as exigências da IL e do CHEGA.

Queremos novamente este cenário? Queremos um Presidente que cede às exigências de Artur Lima e de Paulo Estêvão, sem coragem de tomar decisões assentes numa estratégia coerente, de desenvolvimento dos Açores?

Vamos apoiar um candidato que durante a campanha abre a porta a um novo entendimento com o CHEGA? Tenhamos consciência das consequências profundas e prejudiciais que esta solução poderá acarretar para a Região, minando os valores democráticos, os direitos humanos e a estabilidade política e económica. É importante que os eleitores estejam cientes desses perigos e considerem cuidadosamente as implicações do seu voto para o futuro do nosso arquipélago.

Por tudo isto, reitero que o voto no Partido Socialista é o garante da estabilidade, do progresso e coesão dos Açores e do bem-estar de todos os seus residentes. É o garante, acima de tudo, da Democracia e do Estado Social que, nos dias que correm, tem estado verdadeiramente ameaçado.