Opinião

Batatas

Na semana passada, o Parlamento discutiu a situação do Porto das Lajes das Flores. Por razões que se desconhecem, o Presidente do Governo não apareceu no plenário, apesar de ter estado naquela cidade, pelo menos, na 6.ª feira, quando (também) estiveram autarcas e empresários das Flores, a assistir ao debate…
Razões para a ausência presidencial à parte, o certo, e importante, é que foi aprovado um Projeto de Resolução do PS, que recomenda uma série de medidas fundamentais para procurar ajudar as empresas e a população daquela ilha, como seja, por exemplo, a criação de um apoio extraordinário e temporário, ao setor privado da economia da ilha; isenção de taxas portuárias e aeroportuárias a carga e descarga de mercadorias, entre outras, para que as pessoas possam, de alguma forma, sentir-se apoiadas e não ficar à espera das decisões de governantes, que pouco agem (e muito reagem), ou então, que as mandam plantar batatas!
E por falar em plantar batatas, mas dando ao tubérculo outro significado, não deixa de ser incrível, que a Secretária Regional da Educação tenha dito, que a “Educação nos Açores alcança os melhores resultados da última década”. Não é verdade. A taxa de abandono escolar precoce, por exemplo, subiu em 2022, 3,3 pp. É a maior subida da década e é, obviamente, um dado preocupante, sabendo-se que este indicador está relacionado, com os indicadores de pobreza e exclusão social, que (também) subiram.
Querer fazer de conta que não é; excluir dessa análise outros problemas, que têm vindo a público, como a falta de assistentes operacionais e a consequente insegurança nas escolas é, não só, verdadeiramente inacreditável, como igualmente bem clarificador do alheamento, que reina entre os membros do Governo e seus abnegados defensores.
Não vale a pena culpar o Adamastor. Que se saiba, o gigante continua a frequentar as salas de aula, graças a Camões.