Opinião

Perdido numa gaveta há 377 dias

O atual Governo Regional dos Açores jubila ao frisar, em todos os momentos que considera oportunos, que caminha ao lado dos Açorianos e que é o governo que mais apoia os Açorianos.

Em simultâneo, consegue ser, também, o mesmo governo que deixa na gaveta propostas que podem ajudar as famílias Açorianas nesta conjuntura particularmente difícil que vivenciamos.

Na conjuntura em que os custos de vida estão a atingir valores abismais, decorrentes do aumento da inflação, seja com o aumento dos juros no crédito à habitação, com aumento das taxas de esforço para valores incomportáveis para muitas famílias, com aumento dos preços de bens essenciais ou ainda com aumento do preço da eletricidade, o Governo Regional teima em não dar resposta nem apresentar estratégias que permitam atenuar nenhuma destas realidades.

377 (!). 377 é o número de dias que passaram desde que o Decreto Legislativo Regional n.º 3/2022/A foi publicado em Diário da República.

Este diploma, pioneiro em Portugal, prevê a atribuição de apoios à alimentação, ao transporte e ao alojamento, bem como o pagamento de uma passagem, aérea ou marítima, a estudantes que se encontrem a frequentar estágios curriculares nos Açores.

377 e a contar, é o número de dias que o Governo Regional anda com este diploma na gaveta.

Perante esta inércia, aquilo que o governo regional está a perpetuar é a obrigação de qualquer jovem Açoriano a escolher entre prossecução dos seus estudos ou não!

Limitando, assim, grande parte dos jovens Açorianos que pretendam concluir o seu curso, e que tenham de efetuar um estágio curricular, tenham de acarretar com despesas incomportáveis para as suas famílias.

O governo volta a falhar na resposta ao problema, deixando na gaveta uma proposta que visa efetivamente ajudar as famílias Açorianas e os estudantes Açorianos.