Opinião

Tempo

Talvez o comum dos açorianos não saiba, mas o Museu Carlos Machado - tantas vezes na boca de alguns, pelas razões mais diversas - está a desenvolver um projeto que se chama “De Fenais a Fenais: Cultura Matriz do Desenvolvimento Local”.
Este projeto foi alvo de uma candidatura (já aprovada) ao EEA Grants, no valor de 750 mil euros, e desenvolve-se nas freguesias de Fenais da Luz, Rabo de Peixe, Maia e Fenais da Ajuda, na ilha de São Miguel.
Os seus objetivos são usar o Património e as Artes como motores para o desenvolvimento local, articulando estas grandes áreas a outras tão importantes como o património cultural (material e imaterial), o património natural e o social.
É claro que em cerca de 1500 carateres será difícil explicar tudo o que o projeto pretende tratar e desenvolver a favor daquelas comunidades, não só para a sua valorização identitária como, igualmente, para a melhoria da sua qualidade de vida, entre outros aspetos. Todavia, não será despiciendo relembrar que este mesmo projeto, além do importantíssimo apoio já referido, foi igualmente premiado pela Associação Portuguesa de Museologia, com o Prémio de Inovação e Criatividade, em maio de 2019.
Mudanças a caminho, seja ao nível da direção do Museu Carlos Machado, cujo concurso para preenchimento do lugar de Diretor está aberto, seja ao nível da coordenação deste projeto, que deixará de estar a cargo do seu atual coordenador, por indeferimento do seu pedido de destacamento, fizeram-me escrever estas linhas.
Haverá por certo credíveis razões para que tais situações tenham acontecido agora. Espera-se que a Cultura, a sua importância e os seus objetivos possam sobrepor-se a quaisquer que sejam as demandas ou os gostos.
Lá diz o ditado: Atrás do tempo, tempo vem.
Aguardemos.