Opinião

Simbora, minha gente! Tudo a pé até à Serreta!

Ainda há bilhetes, primeiras filas, pertinho?... Como?! Abrunhosa?! Não, para o Abrunhosa não, o Abrunhosa já foi! Este agora é açoriano, mesmo, cá do arquipélago, ao mais alto nível e categoria. E já agora, se possível, gostaria ainda de reservar mais uma meia dúzia de cadeirinhas, indispensável será. Precisamos dos santos, esses sim, e não de cá. É que santos da casa... não fazem milagres, não é?!, e é disso mesmo que se trata...de milagres. De fé. Na verdade, diga-se de passagem, há aqui muita coerência, a do governo regional. Explico. Sem qualquer tipo de alusão ao abandono escolar precoce no programa do governo, que sentido em prever verba agora em plano e orçamento? Tem razão. Toda a razão. Não faz sentido. Diria até que a redução para metade deixa demais... quero assistir a tal milagre! ProSucesso já sem verba, apoios de ação social escolar, é meio milhão que já sumiu, abandono escolar precoce é queda livre para metade...e então que truque é que anda aí? Sai uma taxa da cartola e logo abaixo dos dez por cento? É assim?! Consolados, na direita, porque a taxa é 27, e ei-las postas, mãos no leme, confiando as fichas todas à estratégia dos santinhos. Mas eu cá, tenho outra ideia: tudo a pé até à Serreta! Porque aposta por aposta, esta aqui tem pergaminhos. Pelo que assisto, isto vai assim e o plano é este: não se luta mais pelo secundário para todos os jovens da região e, em vez disso, vai-se à volta, pela portinha das traseiras... os que abandonem sem secundário, apanhamo-los à saída. Zás! Estando eles em formação, não estarão nas percentagens que embaraçam o governante. E é bem jogado, há que dizer! O mais que interessa é faturar, eis um princípio da direita. Esta malta lá da europa leva o nó sem saber como! E até se envia é com lacinho!
Estou de queixo bem caído, estou de braços bem pendidos...eu estou prostrado. Já nem quero os tais bilhetes. Fiquem lá com as magias, bruxedos, milagres, que polvilhem com base essas bases estatísticas... eu já não quero assistir. Longe. Não, não basta apregoar que é com mais educação que vamos lá. É preciso investimento. E as manobras financeiras, no que toca à educação, pagam-se caras, de juros altos. Não se trata de um canudo, de um papel ou diploma, nem da arte de ir à festa sem ter sido um convidado. O que se trata é de aprender, o que se trata é do futuro. O que se trata é do governo, transparente, apresentar, com que plano é que se luta no abandono à aprendizagem e até ao fim do secundário?! Esse plano é o amanhã, é o porvir dos nossos filhos, é o legado a eles entregue.
Muito bem. Ora vamos lá. Faz favor de calçar a sapatilha. Se o plano é esse, vamos lá ter fé, e tudo a dar uma ajudinha. É já! Nestas coisas da educação, nunca se sabe qual a importância de um só dia, que seja. Estou pronto. Contrariado com a estratégia, mas avante. Eu cá continuo a achar, e cada vez mais, de que para a frente é que é caminho... simbora, minha gente! Tudo a pé até à Serreta!