Opinião

O voto de domingo

No próximo domingo somos todos chamados às mesas de voto para as Eleições Legislativas Nacionais. Todo o cidadão português com mais de 18 anos tem o direito e o dever cívico de votar e, desta forma, manifestar a sua opinião sobre a governação do nosso País nos últimos quatro anos e também sobre quem acha que deve liderar Portugal no próximo quadriénio. Para os Açores estas eleições não se podem resumir a uma escolha entre Passos Coelho e António Costa. Um confronto que se poderia resumir entre Pedro “o centralista” e António “o autonomista”. Do ponto de vista dos Açores, no Domingo estará sobretudo em causa quem devemos ter em Lisboa, no centro político do País, a defender a nossa Região. Se Carlos César e o PS, ou se Berta Cabral e o seu partido. Carlos César fez uma campanha de ideias claras e de compromissos incontornáveis de desfasados Açores. A dinâmica e o entusiasmo crescente com a sua candidatura podem ser resumidos no comício da passada segunda-feira no Teatro Micaelense: recorde absoluto de assistência numa mega sala literalmente a abarrotar de apoiantes. Em contraponto está o PSD. Berta Cabral cometeu erros atrás de erros nos últimos meses e chega a domingo exausta. Tudo começou com o afastamento do dirigente histórico Mota Amaral. Duarte Freitas não só desrespeitou a referência máxima do seu partido como criou uma fratura interna difícil de sarar. E pior ainda, deixou claro que quem impôs Berta Cabral foi Passos Coelho e o PSD de Lisboa. Depois vieram as Iniciativas de campanha refugiadas em pequenas salas de restaurantes com refeições oferecidas pelo partido. Um discurso vazio e incoerente procurando incutir medo em voltar a um passado que já não existe. O verdadeiro medo foi o do próprio PSD e de Berta Cabral em se confrontar com a Rua e com a opinião dos açorianos. E se dúvidas houvessem, a campanha de Berta Cabral esclareceu liminarmente o assunto. Quem passou os 50 minutos de uma entrevista na RTP-A a defender todas as medidas do governo de Passos Coelho, e nem por um minuto defendeu o interesse e os pontos de vista dos Açores, revela bem ao que vem. E no domingo, certamente, terá a resposta que merece.