PS discorda do modelo de transporte marítimo de passageiros e viaturas deste Governo Regional e chama Secretário à comissão de economia

PS Açores - 11 de agosto, 2021

O Partido Socialista discorda frontalmente do modelo que este Governo Regional propôs, unilateralmente, para a operação de transporte marítimo de viaturas e passageiros nos Açores, nos próximos anos.

A posição foi assumida esta quarta-feira pelo Vice-Presidente do Grupo Parlamentar do PS, Miguel Costa.

“Como se não bastasse o comunicado do Conselho do Governo do passado dia 6 de agosto que, em época de verão e de mansinho, determinava uma profunda alteração ao modelo de transporte marítimo de passageiros e viaturas na nossa Região, este Governo ainda reiterou em nota de imprensa decisões inacreditáveis, do ponto de vista técnico e prático, para quem conhece minimamente a Região e o modelo de transporte marítimo”, lamentou o socialista.

Este modelo exclui as ilhas de São Miguel, Santa Maria e Flores do transporte marítimo de viaturas, passageiros e carga rodada nos Açores, prejudicando também, por essa via, as ilhas do Grupo Central.

“Como é que é possível justificar o fim da operação para as Flores, pelas condições do porto, quando a obra da ponte cais ficará pronta no início do próximo ano e a rampa Ro-Ro deverá ficar pronta até ao Verão, investimentos iniciados pelo anterior Governo do PS, precisamente para se poder retomar o transporte de mercadorias, de passageiros e viaturas?”, questionou.

Para Miguel Costa, a “suspensão do serviço para as ilhas de São Miguel Santa Maria é igualmente lesiva dos interesses da Região”. “Não se compreende como é que este Governo que tanto advoga o mercado interno, opta por extinguir a Linha Amarela da Atlanticoline, isolando as ilhas de São Miguel, Santa Maria e Flores das ligações marítimas sazonais e, com essa decisão, coloca também à margem as ilhas do Grupo Central, que perdem esta via de acesso a mais de 50% do mercado regional”, frisou.

“Este modelo acaba com o transporte de viaturas e com o transporte de carga rodada, com graves prejuízos para as famílias Açorianas, aumentando os seus custos, prejudicando a economia Açores”, lamentou.

Para Miguel Costa, estamos perante um “verdadeiro ataque à coesão regional nos Açores”.

“Não compreendemos, também, como é que este Governo, mais uma vez, decidiu, à porta fechada, terminar com esta operação sem ouvir os Conselhos de Ilha, os parceiros sociais, autarquias e sector empresarial e turístico. Não é com esta ligeireza que se tomam decisões que afetam a vida de milhares de Açorianos, durante dois ou mais anos e foi por isso que o GPPS requereu a audição, com carácter de urgência, do Secretário Regional dos Transportes, Turismo e Energia, Mota Borges, na Comissão de Economia do Parlamento Açoriano”, finalizou Miguel Costa.