É um dever de qualquer pessoa que se proponha liderar um município apresentar, de forma clara e compreensível, a sua visão e a sua estratégia. Liderar não é apenas gerir o quotidiano, é ser capaz de traçar um rumo, construir confiança e inspirar a comunidade. O Faial merece isso, merece um plano estruturado, pensado a médio e longo prazo. O improviso não é estratégia, e a ausência de rumo é uma escolha perigosa para quem quer garantir futuro a esta ilha.
Um Plano Estratégico de Desenvolvimento para o Faial 2025-2035 deve procurar dar resposta a esta necessidade. Não é apenas um exercício académico ou um conjunto de intenções vagas, é um documento que identifica problemas reais, desde o envelhecimento demográfico à saída de jovens, passando pela fragilidade da nossa economia e propõe medidas concretas.
A visão é muito clara e transparente, um Faial mais próspero, sustentável e justo, onde o desenvolvimento económico anda de mãos dadas com a qualidade de vida. Para isso, o plano apoia-se em pilares fundamentais: revitalizar o setor primário, apostar na economia do mar, promover um turismo sustentável e investir na qualidade de vida dos cidadãos.
A lógica é simples, mas poderosa, fixar pessoas, criar emprego e reforçar a identidade faialense. Não se trata apenas de obras ou investimentos, mas de dar sentido à palavra “futuro”. Como reter jovens numa ilha sem oportunidades? Como atrair famílias sem serviços de saúde, educação e cultura robustos? Como dinamizar o centro urbano da Horta sem resolver problemas de mobilidade e estacionamento? Estas questões não podem mais ser adiadas.
O que este plano traz de inovador é a ideia de fases e metas que poderão ser quantificadas e medidas no final de cada ciclo. Primeiro, recuperar a confiança e credibilidade; depois, crescer e diversificar; e finalmente, consolidar e tornar sustentável. Não há promessas mágicas, há um caminho com etapas claras.
Mas nenhum plano vive sozinho. A sua execução exige liderança firme, transparência e participação cívica. Os cidadãos não podem ser apenas espetadores, devem ser parte ativa na construção deste futuro, acompanhando, cobrando e colaborando, mas para isso necessitam de conhecer os projectos, as ideias e as suas execuções. Tem de haver uma comunicação eficiente para que os faialenses saibam quando e como está a ser gasto o seu dinheiro.
O Faial não pode continuar à deriva. Não pode ser apenas uma nota de rodapé nos Açores. Precisa de afirmar-se, de acreditar em si próprio e de transformar potencial em resultados. O plano está desenhado, agora, cabe-nos a todos decidir se queremos ficar no conforto da estagnação ou se temos coragem de avançar.
Porque o futuro não se improvisa. Constrói-se. para a frente, porque só assim se chega a bom porto.