Opinião

Tinta dos Amores

Escrevemos estas linhas horas antes do arranque das Sanjoaninas, quase tão em cima da festa como a pintura das "linhas" da Via Vitorino Nemésio, que ocorre um ano e meio depois do compromisso assumido para com os terceirenses, do alto de uma ponte da reta, em uníssono, pelo não candidato à Câmara de Angra do Heroísmo, António Ventura, e pelo Vice-Presidente, orgulhoso da sua porta de embarque nas Lajes, de um Governo que esta semana divulgou a ampliação, já em 2026, em 30% do espaço ar do Aeroporto João Paulo II, para aumentar a capacidade de desembarque e para adicionar novas portas, Artur Lima, de requalificar e reestruturar a via rápida, procedendo à sua "(re)asfaltagem" e iluminação, à asfaltagem dos caminhos paralelos e à correção dos pontos críticos de perigo, sendo certo, que em relação a estas promessas ainda nada foi feito, em linguagem coloquial, "bola", mas tranquilizem-se os ânimos mais exaltados porque há tinta vertida pelas musas inspiradoras da "Ilha dos Amores".
A tinta dos amores derramada sobre o danificado asfalto nemesiano em vésperas do arranque das maiores festas dos Açores pelo Governo Regional equipara-se à cal que o Presidente da Junta voluntarioso aplica nos muros da igreja no dia antes da procissão sair, sendo que a diferença está no facto de que aquilo que é absolutamente compreensível, respeitável e louvável na atitude do Presidente de Junta é totalmente inaceitável no caso do Governo Regional, pois não se pode fazer uma gestão política do investimento público na principal via rodoviária da Terceira como se fosse um muro de igreja, até porque, das duas uma, ou não haverá "(re)asfaltagem" e o compromisso da Coligação PSD/CDS/PPM será incumprido para mal dos terceirenses, ou havendo "(re)asfaltagem" esta terá necessariamente de ser seguida de "(re)pintura", ficando evidente o mau uso dos recursos públicos, para mal dos contribuintes, onde se incluem os terceirenses.