Opinião

Custos com dívida dos Açores triplicam em apenas 18 meses

Os últimos dias têm sido reveladores de algum descontrolo nas finanças públicas regionais, desta vez devido ao aumento significativo da taxa de juro da nova dívida emitida pelo Governo dos Açores.

Como se não bastasse o aumento de 280 milhões de euros da dívida da Região e o défice três vezes mais elevado que o país, no final de 2021, ficamos agora a saber que o atual Governo procedeu à emissão de nova dívida, em condições muito mais desfavoráveis. Lamentavelmente, este assunto passou despercebido aos órgãos de comunicação social regionais, dado que apenas foi noticiado no Jornal de Negócios, a 30 de março de 2022, que “os Açores emitiram 455 milhões de euros em dívida pública a dez anos (…) com um cupão anual de 2,163%”.

Ainda assim, no seu estilo habitual, de pouca transparência, mas de muita propaganda, o Governo Regional deu nota pública da emissão de 455 milhões de dívida, como se tivesse sido um grande sucesso, mas omitiu deliberadamente a taxa de juro praticada, ou seja, os encargos com a emissão da nova dívida.

Ora, a última emissão de dívida realizada pelo Governo Regional Socialista tinha ocorrido a 30 de setembro de 2020, com condições muito mais vantajosas, ou seja, dívida emitida no valor de 285 milhões, com vencimento até 2026 e uma taxa de juros de 0,603%.

Na prática, isto significa que os custos com a dívida dos Açores mais do que triplicaram em apenas 18 meses, com os credores a exigirem à Região uma taxa de juro muito mais elevada que o país, o que deve ser motivo de grande preocupação.

Num momento em que os custos de produção e de energia continuam a subir de forma galopante, com claros prejuízos para as famílias e empresas, assistimos ainda ao aumento significativo dos custos com a emissão de dívida da Região.

Estas políticas do Governo Regional de Direita, ao contrário do milagre económico que foi prometido, têm gerado mais dívida, mais défice e mais despesa pública, em contraciclo com o país.

São sinais preocupantes!