Opinião

Suspensos

Aproximam-se, a passos largos, as Festas de Natal e fim de ano.
Mas parece que estamos num tempo suspenso. Ao nível político e nacional, vamos ter nova composição da AR e novo Governo, que sairão das eleições legislativas nacionais de 30 de janeiro. Competência versus lealdade, disse Rio. E eu rio-me, porque toda a gente já percebeu que o conceito de lealdade, bem no leito do Rio, é mais o de submissão canina. Mas o Rio tem extravasado, e nota-se que fez doutrina ao longo do espectro político, a que não faltou o Chega.
Por cá, a remodelação, anunciada por Pacheco e alguma comunicação social, também parece aguardar Ano Novo. Entretanto o Ministro Heitor, relativamente à administração dos nossos ares, assumiu-se, levantando e lembrando as cristas do centralismo. O conhecimento do Estado Regional que somos foi apanhado pelo ar...
Suspensa, ainda e por cá, a vacinação anti-Covid para as crianças e alargamento da população a abranger. Fica a dúvida se são opções fundamentadas ou é osíndrome da autonomia do atraso!
Suspensos também têm sido, segundo anúncios contentinhos do Governo de cá, muitas atribuições de RSI, por causa da invocada fiscalização. Urge esclarecer se "fiscalização" não é uma forma arrevesada de "interpretar" a lei por parte de quem não tem competência para a fazer, nem o encargo, no caso, de a pagar! Porque há aconchegos que custam os olhos da cara...
Suspensas parecem estar as obras públicas nestas Ilhas. Recentemente, a secretária da tutela lamentava-se que os preços se desatualizavam mais depressa do que a Administração conseguia fazer concursos - no que constitui uma sinceridade desarmante e uma realística apresentação dos novos dirigentes da Administração!
Que enquanto 2021 balança, 2022 venha pronto para desemborrar tanta suspensão!