Opinião

Testar...Testar...

De acordo com o boletim da Direção Geral de Saúde, Portugal já ultrapassou um milhão de casos infectados, registando a 10 de outubro, 499 novas infecções, com 7 mortes pelo SARSCoV-2, com subida nos internamentos (334) em enfermaria e descida nos cuidados intensivos (55), elevando o número de total de mortes para 18.041. O maior número de óbitos mantém-se nos idosos com mais de 80 anos (11.767). A maior parte das infecções ocorrem em Lisboa e Vale do Tejo e no Norte. Com o processo de autoagendamento em curso e a vacinação de jovens entre os 12 e os 15 anos, permitindo que possam ter acesso à primeira dose e que possam estar avançado o processo de vacinação com o início do ano letivo. Surgem novas estirpes, as medidas (entenda-se restrições) sucedem-se em função da análise de situação a cada momento. A dificuldade de adotar boas decisões é uma evidência, quando se pretende conciliar o retomar da atividade económica, com o controlo da propagação da doença. Sobre o processo de vacinação, os responsáveis desdobram-se em informação actualizada, apelando à colaboração de todos, no cumprimento do calendário previsto, num processo complexo de desafio permanente à capacidade de resposta dos serviços de saúde. Os Açores, desde o primeiro momento, entenderam que estavam na presença de uma realidade própria que importava considerar. Acompanharam as medidas nacionais e sempre que julgado necessário foram mais além, protegendo os locais e quem estava de visita. O resultado é notório, quando os números de turistas superam as melhores expectativas, num sinal claro de confiança na eficiência das medidas adoptadas. A perspetiva de que a procura turística por locais livres de COVID, ou pelo menos de notório controle da propagação da pandemia, revelou-se uma análise acertada e com resultados evidentes. É claro que se cometeram erros, todos nos lembramos dos “pedidos” de vacinas à Rússia ou à intervenção dos emigrantes nos Estados Unidos, mas estamos em crer que se trataram de acidentes de percurso, que certamente não se voltarão a repetir A realização de testes é fundamental. Fáceis e acessíveis a todos. Não só os designados testes de 1º dia ou de 6º dia, ou de 13º dia. A testagem enquanto princípio fundamental, de assegurar a proteção colectiva e individual. A manutenção de uma boa rede de testes torna possível, às autoridades de saúde, agir em função de um conhecimento real da situação, aumentando assim o nível de confiança nos serviços prestados, bem como conferindo ao cidadão informação indispensável para aumentar (ou diminuir) as medidas de proteção que possa adoptar. É neste contexto que se assume como essencial manter os níveis de vigilância, para assegurar a confiança e o controle da situação. As variáveis são diversas e as decisões são difíceis num clima social que anseia pelo desconfinamento total. As deslocações aéreas, sobretudo com o exterior da região, estão facilitadas mediante apresentação de certificado de vacinação. Começa mesmo a afrouxar a obrigatoriedade no uso de máscara, em determinadas circunstâncias. Mas é na testagem que se encontra a segurança efectiva, do ponto de situação, para determinado momento. Um dado parece certo, não nos livraremos desta pandemia nos próximos anos, teremos de aprender a viver com ela, teremos de encontrar estratégias que assegurem aos serviços de saúde e às populações uma participação responsável no seu controlo. Testar...Testar...Testar, deverá manter-se como “palavra de ordem”! Nota: realizaram-se eleições autárquicas no passado dia 26 de setembro. Mais uma vez, o poder local democrático revelou atratibilidade acrescida, na participação das populações. Em democracia o Povo nunca se engana. Glória aos vencedores e Honra aos vencidos. Ao trabalho!