Opinião

Quem quer ser candidato a Ponta Delgada?

Por “culpa” de uma notícia que saiu neste Jornal no domingo passado (dia 21), a qual mereceu destaque de capa e uma página inteira (página 8), volto ao tema das próximas eleições autárquicas no que respeita ao maior município dos Açores. A notícia a que me refiro tinha por título “Partidos com muitas dúvidas sobre escolhas de candidatos” e dizia respeito às escolhas de candidatos à liderança dos executivos para as Câmaras Municipais de Ponta Delgada e Ribeira Grande. Na qualidade de munícipe, há mais de 10 anos, da cidade de Ponta Delgada, vou dedicar estas linhas apenas à autarquia de Ponta Delgada. Dando por verdadeira a notícia, até porque não tenho qualquer informação ou dado em contrário, foi com espanto que, logo a abrir a notícia, constatei que “existe a forte possibilidade da atual autarca não se candidatar”, uma vez que a atual Presidente “já manifestou aos responsáveis do PSD/Açores que não deseja continuar à frente da autarquia de Ponta Delgada”. Não conheço pessoalmente Maria José Duarte, Presidente do município de Ponta Delgada após a “suspensão criativa” do mandato de José Manuel Bolieiro e a renúncia ao mandato de Humberto Melo, mas tenho a opinião que julgo ser comum a muitos munícipes: à simpatia e sorriso do antecessor, juntou a capacidade de decidir. O exemplo disso foi o dossiê - encalhado há mais de 10 anos – das galerias da Calheta de Pêro de Teive. A atual autarca ficará na história como a responsável pela ordenação da demolição. Este rótulo de ação seria, salvo melhor opinião, um fortíssimo trunfo eleitoral. Parece que a própria autarca não quer fazer uso dele. Está no seu direito. A decisão de avançar para uma missão da dimensão da autarquia de Ponta Delgada exige, em primeiro lugar e acima de tudo, a vontade em querer assumir tal desafio. Por isso, respeite-se a decisão… da mais forte candidata da área do poder! Voltando à notícia, parece que as alternativas passarão por Pedro Nascimento Cabral – líder parlamentar do PSD na Assembleia Regional em estado de formação avançada junto do colega Paulo Estevão – ou por Fátima Rego Ponte (ex Vereadora). Não sendo “adivinho”, julgo que a escolha passará por outro(s) nome(s). E ainda tudo pode depender da eventual existência de uma coligação a 3 ou a 5. Aguardemos os próximos desenvolvimentos… Quanto ao PS, também parecem ser muitas as dúvidas. Refere a notícia que “existe a informação de que Vítor Fraga não será candidato”. Neste caso, julgo que a informação não causa grande espanto, uma vez que a “repetição” de uma candidatura seria algo inédito em Ponta Delgada. Para mim, motivo para espanto foram dois dos três nomes avançados na notícia. Nunca tinha ouvido falar das possibilidades João Ponte e Ana Cunha. Ambos são merecedores da minha maior estima e consideração, mas foi a primeira vez que ouvi/li tais alternativas. João Ponte deixou marca como autarca na Lagoa, pelo que essa experiência podia ser uma mais-valia. Ana Cunha, para além de ter sido membro do último governo liderado pelo PS, é reconhecida em Ponta Delgada pela excelência enquanto Advogada. Por fim, a notícia avança com o nome mais falado nos bastidores: Rodrigo Oliveira. Não sei se estará disponível para tão hercúlea missão, mas tem perfil e competências para tal…  Aguardemos, também aqui, por desenvolvimentos… Para o caso de não haver soluções à vista, sempre podem fazer um concurso com o título desta crónica. Isso sim, seria inédito!