Opinião

Colheres de chá

Escrevo estas linhas no terceiro e último dia de debate do Programa eleitoral do XIII Governo dos Açores.  
Já muita coisa foi dita e redita, desde 4ª feira, inclusive algumas falsidades, que só o tempo (esse bom conselheiro) se encarregará de colocar no lugar e fazer a justiça que houver a fazer.  
Nestes três dias de debate, notei parcas propostas, pouca novidade, nenhum rasgo brilhante, enfim, nada de novo. A única coisa (verdadeiramente) nova, de facto, foi a postura de alguns membros do Governo e deputados que, (agora) empossados de novas e acrescidas responsabilidades, não souberam estar à altura delas, comportando-se como meninos pequeninos a quem deram um brinquedo novo.
Acontece que esse “brinquedo” novo são os Açores e as vidas dos Açorianos em plena pandemia de COVID-19.
De modo que espero (sinceramente), e a bem de todos nós, que alguns dos episódios que se passaram estes três dias no Parlamento não se repitam e fiquem na história destes tempos, como uma espécie de deslumbramento acriançado, motivada (quiçá?) pelo facto de saberem que os trabalhos parlamentares estavam a ser transmitidos na RTP/Açores, e Facebook, em horário mais alargado do que os habituais 4 ou 5 minutos do telejornal.
Se foi por isso, e deu, passou e não volta a dar, tudo bem… Se não foi por isso, e estão a pensar repetir o estilo, recomenda-se que tomem, até ao fim, antes dos plenários, uma chávena de chá à colher. Talvez não tenham tomado suficiente em pequeninos. Se tomaram, mal não faz. Se não tomaram, tomem agora. Não sara, mas atenua…
Boas Festas!