Opinião

Há para aí...

Há para aí, sobretudo, em períodos eleitorais, muitas opiniões exacerbadas... Há para aí insatisfeitos do costume com tudo e com todos que vivem no azedume dos seus dias... Há para aí revoltados com o seu partido porque há tempos que não ganham eleições... Há para aí os que se escondem atrás de instituições para não revelarem o seu íntimo ideológico que os trai nas apreciações sectárias que fazem acerca de qualquer estatística... Há para aí os que zurzem diariamente no Governo e clamam falta de espaço e omnipresença pública... Há para aí os que no passado foram subservientes a chamadas telefónicas de controlo e conveniência, ou os que realizavam, obedientemente, longas entrevistas políticas no Palácio de Santana, ou que, alegadamente, tiveram emprego sem concurso e agora indignam-se contra a dita subserviência e são hipócritas justiceiros a favor da transparência... Há para aí uma atitude “bipolar” de ÓDIO/amor com empresas como SATA porque quando se vislumbra um saneamento financeiro logo se focam e invocam inquéritos da Comissão Europeia, por previdência, e outros por maledicência... Há para aí os que se queixavam antes da pandemia com os indicadores económicos a crescer e agora pintam a realidade de negro como se não houvesse crise mundial... Há para aí os que fazem passar a ideia errada do melhor de dois mundos, isto é, melhor serviço regional de saúde e menos dívida, apesar de quase tudo ser gratuito...Há para aí os que denigrem a dívida da Região e são complacentes ou nem a compara com a da Madeira e do País... Há para aí os que usam as médias nacionais ou de um País contra a Região, mas só quando lhes dá jeito...Há para aí os mesmos que desconhecem que a média é uma medida de tendência central que enviesa a variabilidade da amostra, ou seja, temos muitos concelhos com médias inferiores à média nacional do Rendimento Social de Inserção e também temos muitas escolas com médias de rendimento escolar superiores à média nacional, mas, há para aí os que só escrevem, sem cuidado, os Açores são sempre piores... Há para aí os que nunca deram bons exemplos enquanto governantes e outros como cidadãos ou mesmo profissionais, ou não deixaram obra, e agora são doutos no “coaching político”... Há para aí os que se esquecem das afrontas centralistas dos Governos de Cavaco e quejandos e nos tiques centralistas de hoje fazem a sua tábua rasa do passado... Há para aí os que não têm memória das conquistas açorianas com governos do PS de cá e de lá fora... Há para aí necessidade de recordar algumas dessas medidas e conquistas: 1) O Governo da República PS autorizou o nosso endividamento de acordo com a Lei de Finanças Regionais para responder às inúmeras medidas que tomou para o País, muitas das quais tiveram aplicação nos Açores com as majorações do nosso Governo. 2) Aquando das calamidades provocadas pelo furação Lorenzo, o Governo da República do PS disse PRESENTE. Também já tinha sido assim no sismo de 98. Porém, depois de 1999 vieram Governos do PSD que não só recusaram solidariedade como impediram o endividamento da Região porque, pasme-se, afetaria o défice em 0,005% do PIB. Na Terceira, em 2013, nos estragos do Porto Judeu, Passos Coelho recusou de novo solidariedade. 3) Para além da atual autorização de endividamento, os Açores ainda terão acesso aos fundos europeus de resiliência económica, para além da reprogramação dos fundos comunitários. 4) Nos tempos mais recentes foram os Governos do PS na República, que alargaram as obrigações de serviço público às viagens interilhas, fizeram reverter para os Açores a percentagem que nos cabia das receitas dos jogos da Santa Casa, deram igual tratamento aos Açores e à Madeira nas evacuações médicas (antes a Madeira não as pagava, mas os Açores, sim) e aumentaram as transferências da República. 5) E com outros Governos PS na República é extensa a lista de positiva de medidas para os Açores e, para quem tem mais (ou menos) memória: duas Leis de Finanças das Regiões Autónomas que garantiram previsibilidade e estabilidade socioeconómica; uma baixa do tarifário elétrico em cerca de 25%, encontrando-se uma forma estável de convergência, com o todo nacional através da extensão da Entidade Reguladora do Sistema Elétrico às duas Regiões Autónomas; a despenalização dos agricultores açorianos que excederam as suas quotas de produção de leite, a Região ficou fora do embargo da União Europeia feito a Portugal a propósito da BSE, a chegada do canal 1 aos Açores, as tarifas telefónicas interilhas que passaram a preços de chamadas locais (antes nacionais), a difusão por toda a Região dos canais generalistas, grande investimento na sociedade de informação e transferência de atribuições ou regionalização do Instituto Geográfico Português para a Região Autónoma dos Açores. Há muito mais para aí, felizmente, também há por aí os que tendo insatisfações e sabendo o muito que falta realizar, nunca desistem do Povo dos Açores e investem as suas energias na procura incessante de soluções, dentro e fora de crises. Estes sabem que em Outubro o Povo dos Açores voltará a confiar no PS como referencial de estabilidade, de verdadeira confiança e de incondicional amor a uma Região que, com mais ou menos dificuldades, é o melhor sítio para viver à face da Terra ou dos que há para aí!