Opinião

Solidariedade e Confiança

Esta semana divido a minha crónica em dois. No último mês o número de informações tem sido de tal ordem que é difícil destacar um só assunto. As informações sobre as medidas tomadas em todas as áreas da nossa atividade enquanto sociedade em geral têm sido diárias e constantes. Por isso mesmo, decidi dividir esta crónica em dois aspetos que me parecem especialmente fundamentais numa altura como esta: solidariedade e confiança. Estamos todos ligados de alguma forma a este infortúnio. Assim, a primeira parte da minha crónica é de total solidariedade para com aqueles que têm de ficar em casa, muitas vezes longe das suas famílias e até vivendo sozinhos. Àqueles que não podendo ficar em casa prestam diariamente um papel fundamental não só no combate, mas também na manutenção tanto quanto possível de toda a normalidade. Àqueles que continuam a trabalhar nos nossos serviços hospitalares, nos nossos lares e em todas as organizações de prestação de cuidados a terceiros. Aos nossos agricultores, às empresas que se adaptaram e lutam diariamente, às empresas e às organizações que redirecionaram a sua atividade para a ajuda neste combate, a todos aqueles que diariamente mostram o verdadeiro significado e a real importância de vivermos em sociedade e de todos precisarmos uns dos outros. Solidariedade para aqueles que passam por esta doença e para aquelas pessoas que infelizmente perderam familiares. Já a segunda parte da minha crónica prende-se com aquilo que acho fundamental todos os responsáveis políticos transmitirem a toda a população: confiança! Apesar de já se notar que alguns assim não pensam, numa ansiedade triste de protagonismo em tempos difíceis, acho crucial transmitir-se uma mensagem de confiança, de que vamos ultrapassar isto. Confiança em que, mais cedo ou mais tarde, a normalidade, apesar de diferente, irá voltar. Confiança de que em breve poderemos juntar toda a nossa família, voltaremos a juntar todos os nossos amigos. Confiança de que todos os nossos empresários e todas as nossas empresas irão voltar à sua atividade diária, contando com o apoio de todos os Açorianos. Como disse uma vez: a história fez-se dos que acreditaram. Por isso, acreditem! (Texto escrito para ser lido em rádio)