Opinião

Terceira Tech Island: a nossa “Web Summit” em permanência!

Decorreu por estes dias, em Lisboa, a Web Summit. A Web Summit é a maior conferência da Europa em tecnologias, realizada anualmente desde 2009. A Web Summit realiza-se em Lisboa desde 2016, tendo sido posteriormente celebrada uma parceria entre a empresa, cujo rosto e responsável principal (CEO) é Paddy Cosgrave, e o Governo Português que assegura a permanência da Web Summit em Lisboa até 2028. Este ano estimava-se que os participantes pudessem chegar aos 90 mil e que a receita gerada, por exemplo, no turismo da capital, rondasse os 64 milhões de euros decorrente de um aumento de 10% no número de hóspedes. A este propósito, ainda que numa escala muito diferente, lembrámo-nos da nossa “Web Summit”: o Terceira Tech Island. Este projeto – arrojado, corajoso, louvável e visionário! – é uma iniciativa do Governo Regional dos Açores, cujos créditos vão inteirinhos para o Vice-Presidente Sérgio Ávila, que tem como objetivo transformar a ilha Terceira num centro de empresas tecnológicas. Utopia, diziam alguns. Propaganda, diziam outros. A verdade é que a realidade aí está. Na sequência do forte impulso do Governo, o qual lançou mão, conforme é público, de diversos apoios para criar condições para atrair empresas de IT para a Ilha Terceira, designadamente através da disponibilização gratuita de infraestruturas; do apoio financeiro à formação e recrutamento de recursos humanos qualificados e, ainda, oferecendo incentivos financeiros ao investimento, o que se materializou em concreto no seguinte: • “Instalações para escritórios gratuitas, bem como outras infraestruturas relacionadas com as atividades empresariais, situadas num local privilegiado, com vista sobre o mar e abundância de espaços verdes. • Habitações gratuitas, para programadores seniores, situadas dentro de um condomínio privado adjacente à zona dos escritórios. • Formação Intensiva em JAVA/JAVA SCRIPT totalmente subsidiada, em associação com a entidade formadora ACADEMIA DE CÓDIGO.” O objetivo inicial do Governo Regional era formar 300 trabalhadores altamente qualificados num curto espaço de tempo. A verdade, novamente essa palavra maldita para os que traçaram e principalmente desejaram um curto e negro destino a este Projeto, é que já vamos no 6.º Curso de Formação de Programadores da Academia de Código; já se instalaram 13 empresas nacionais e internacionais nos Açores (Praia da Vitória); já foram formados centenas de alunos na área da programação; já se permitiu a entrada num mercado de trabalho altamente qualificado e, por isso, muito procurado, a centenas de jovens açorianos e, acima de tudo, pode-se já dizer que se consolidou um Projeto estruturante para a criação de emprego e de riqueza nos Açores. Sim, nos Açores. O projeto está sedeado na Terceira, mas o seu alcance, fazendo jus à área de intervenção, é indiscutivelmente regional e global. E, ao contrário do corrupio e histeria gerados durante uns dias em Lisboa, existe serenamente durante todo o ano. E é nosso. Tem “marca Açores”!