Inexplicável é o ostracismo de Ponta Delgada perante Antero. Louvável é o que acontece em Vila do Conde, onde residiu dez anos. Inércia ou insensibilidade face a um dos nossos maiores vultos da cultura? Ingratidão? O autor da obra “Les Misérables” vaticinou que “os infelizes são ingratos, isso faz parte da infelicidade deles”. Há muito que a casa de Antero, um roteiro de Antero … e até o merchandising de Antero deveriam ser marca desta urbe.
A Universidade dos Açores sob a Reitoria culta do Prof. Machado Pires editou diversas obras sobre Antero. Para socialistas e não socialistas que gostam de estudar e aprender, o livro “Política” - uma coletânea de textos organizados temporalmente e comentados por Joel Serrão - é de (re)leitura obrigatória pela densidade discursiva, atualidade política e mundivisão anteriana. É um guião útil aos que cultivam “o bom senso e o bom gosto” pela escrita. Antero é cristalino no pensamento e de uma lucidez estonteante. Antero merecia muito mais. Sem os “is” do ignaro esquecimento a que tem sido invectivado.