Opinião

Uma moção: a quem incomoda? a quem conforta?

A moção de Orientação Global que este fim de semana será apresentada, discutida e votada pelos militantes no Congresso do PS/Açores, é uma moção que incomoda os opositores mas, e para o que verdadeiramente importa, conforta os Açorianos. Incómoda perante aqueles que esperariam um PS/Açores vazio com 22 anos de governação. Incómoda porque estamos na presença de uma Moção com conteúdo e autocrítica. Conforta porque em toda a moção, a mensagem transversal é a de: melhorar o que necessita de ser melhorado e alterar o que não está bem. Conforta porque - sem rodeios - são apresentadas nos três pilares propostas para os problemas concretos dos Açorianos e para a (inacabada) afirmação da nossa Autonomia - uma Autonomia de um conjunto, não de uma parte. Retomo então o artigo da semana passada e passo ao segundo pilar da moção: Reforçar a Coesão! Foi com o PS que se ergueu a bandeira da Coesão. Criou-se o conceito de “ilhas da Coesão”, com benefícios de diferentes naturezas. Para uma verdadeira coesão, persiste um desafio que atravessa as diferentes ilhas e as diferentes gerações: Desafio Democrático, não obstante ser um fenómeno das sociedades evoluídas, o PS afirma-se com inovação para mitigar este fenómeno, onde a mobilidade de pessoas e mercadorias são peças fundamentais para reforçar a coesão e dar segurança a quem escolheu os Açores para viver. Exigem-se novas formas de combater o desemprego jovem e inovação na relação do emprego público e criação de emprego, muito em particular nas ilhas da Coesão - Corvo, Flores, Graciosa, S. Jorge e Santa Maria. O terceiro pilar da moção - Qualificar a Democracia - é o sinal do inconformismo do PS/Açores para dar conforto aos Açorianos. É vital que em política, como em quase tudo na vida, estejamos todos em permanente alerta e disponíveis para permanentemente sermos avaliados. Não em cada ato eleitoral, mas sim todos os dias, a qualquer hora do dia.“… confundir Democracia com resultados eleitorais” e “ … mudar políticas, soluções ou protagonistas, sempre que isso se afigurar ser o melhor para os Açores” são mensagens bem presentes no Servir os Açorianos, na aragem para uma Democracia Participativa e uma Administração Aberta, onde a cultura do serviço público é uma missão e uma exigência para solucionar os problemas dos cidadãos. Prestar Contas, avaliar o serviço público e garantir que o cidadão acompanhe o percurso do seu processo na administração pública, qualificam a Democracia onde se impõe uma boa governação. Mais participação e responsabilização dos militantes na vida do PS, inovação na relação do PS com a sociedade, também qualificam a Democracia onde se impõe (ainda) mais abertura dos seus dirigentes. “Servir os Açorianos”, é uma moção que incomoda aqueles que esperavam uma postura de arrogância e comodismo, como é a triste memória de há 22 anos dos donos de isto tudo, contrapondo com a certeza de quem desde 1996 lançou mãos a todos os instrumentos para confortar os Açorianos com propostas progressistas, reformistas, humanistas e autonomistas. E assim o PS irá continuar!