Opinião

(Part)Ilha

A etimologia leva-nos da partilha à “partícula”. A quadra do Divino ensina-nos o melhor conceito: onde há partilha ninguém passa necessidades, mas o maná não cai sempre do céu, é preciso caminhar sempre. A partilha do nosso mar deve trilhar este rumo. Em 1979 aprendemos com uma referência ímpar de Geologia, Prof. Dr. Ávila Martins, que advertia para a cobiça “dos NOSSOS” fundos submarinos, ricos em crostas manganesíferas (níquel e cobalto), nódulos polimetálicos (manganês, níquel e cobalto) e, campos hidrotermais com ouro, prata, cobre, zinco e chumbo. A tecnologia, filha da Ciência, frutificou nas ilhas Papua Nova Guiné e Tonga, com a empresa canadiana Nautilus, apesar dos problemas de “partilha”. Esta palavra não pode traduzir o ficarem ou levarem a maior “parte das ilhas” deixando as “partículas”. Ao invés, urge uma firme negociação política, sustentada em rigorosos argumentários científico e de direito público internacional. A (part)ilha é usufruir, com justiça e legitimidade, a maior e as melhores partes do mar das nossas ilhas.