Opinião

A centralidade Atlântica

1 – AÇORES UM VALIOSO ATIVO NACIONAL – esta semana discutimos na Assembleia da República o reforço da posição geopolítica e geoestratégica dos Açores. Ao longo dos anos, fomos habituados a que o país não aproveitasse plenamente, de forma leal e mutuamente benéfica, o potencial dos Açores. Mas, esta circunstância mudou com este Governo da República. Este Governo PS respondeu a uma questão fundamental: o que podemos fazer com este ativo? E respondeu em múltiplas dimensões, implementando políticas com uma visão orientada para o futuro, em articulação com o governo regional, procurando garantir o protagonismo dos Açores em projetos estratégicos nacionais, contribuindo assim para a afirmação de Portugal no mundo. Na área da ciência e tecnologia com a criação do AIR Center e articulado este, a criação do Observatório do Atlântico. Mas, também, com a nova estratégia para o espaço: apostando na criação de um porto espacial nos Açores. Na competitividade portuária, pela 1ª vez e com este Governo, os Portos das Regiões Autónomas fazem parte da estratégia portuária nacional com a aposta em projetos de abastecimento de LNG ou como Hub de rotas transatlânticas. É também este governo do PS que valoriza a posição geoestratégica, reconhecendo o contributo das nossas regiões para a extensão da plataforma continental portuguesa e apostando, também, no domínio da defesa e da segurança atlântica, com a criação do Centro de Defesa do Atlântico. A centralidade atlântica não foi perdida, foi antes amplamente renovada e tem de ser continuamente aprofundada. O PS, como sempre, estará na linha da frente da valorização do Portugal Atlântico, que é como quem diz na defesa dos Açores. Infelizmente, uma vez mais, o PSD optou pela ausência de argumentos em plenário e preferiu apresentá-los apenas à comunicação social. 2 – CENTRO DE DEFESA DO ATLÂNTICO – o Ministro da Defesa veio à Terceira e trouxe um conjunto de boas notícias. A criação do Centro de Defesa do Atlântico começa a materializar-se, dentro de um mês deverá ser criado um grupo de trabalho, que terá seis meses para apresentar um modelo de implementação, enquanto paralelamente é feita uma avaliação das necessidades de investimento para a instalação do projeto no edifício escolhido na Base das Lajes. O investimento será avultado em sistemas de informação e comunicação, porque, além de juntar Força Aérea, Marinha e Exército, o centro terá uma “aposta muito significativa” na cibersegurança. Como afirmou o Ministro “Este Centro de Defesa do Atlântico vai confirmar que o Estado português considera como peça pivô da sua política de Defesa Nacional os Açores”. Este Centro será um projeto internacional que conta já com o interesse dos Estados Unidos da América e do Reino Unido, mas o objetivo é chegar a outros Estados. 3 – NOVA AUDIÇÃO DO MINISTRO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS – foi aprovada uma nova audição do Ministro Augusto Santos Silva, mas desta feita à porta fechada, para abordarmos o “uso sistemático de informação em ataques que o nosso país e a Aliança militar e democrática é alvo”. A aprovação desta audição decorre das afirmações do MNE proferidas na audição sobre a Base das Lajes e no seguimento das notícias falsas divulgadas pela RT-Russa Today referentes à contaminação radioativa e tóxica da ilha Terceira. O Ministro afirmou mesmo que há em curso uma “campanha de desinformação internacional” sobre a amplitude do grau de contaminação da ilha Terceira. Considerando que este será um dos exemplos mais recentes em Portugal, mas indo além deste tipo de campanhas de desinformação e tendo em conta a crescente sofisticação dos ciber ataques e dos danos que podem infligir, será sem dúvida importante conhecermos a tipologia de ataques que Portugal tem sido alvo e o que está e pode ser feito para responder a estas novas ameaças.