Opinião

Povo, Oposição e Posição - tripé da democracia

Até dia 24 de outubro tomarão posse os órgãos autárquicos. A oposição e a posição, em projetos e pessoas, estarão lado a lado. O garante e objeto da estabilidade é o povo. Ao povo caberá a responsabilidade de avaliar o desempenho dos eleitos. No jogo democrático o povo é o único elemento que não se pode demitir. Por esta posição privilegiada cabe-lhe um discernimento claro, participação e posições ativas, sendo certo que muitas vezes prevalecerá o seu interesse pessoal. E é neste plano que as organizações (partidos ou movimentos) fazem a diferença, pela responsabilidade do coletivo da sociedade. O paradigma da lista candidata com o símbolo de um partido ou de um movimento é em todo semelhante. Procura diferenças, quem procura a rejeição de partidos ou a valorização de movimentos. Numa sociedade progressista, deve prevalecer a capacidade de contributo das candidaturas para a exponenciação do território e suas gentes em detrimento do logótipo. Admito a personificação no primeiro candidato – renegando, em qualquer posição, os candidatos helicópteros que aterram e deslocam - mas rejeito firmemente a rejeição que é dada aos compromissos eleitorais. Não é indissociável e a ausência destes trará incapacidades para a avaliação dos mandatos. É sinal de maturidade democrática que as sessões e reuniões dos órgãos locais sejam todas abertas ao público. É sinal de maturidade democrática a participação dos cidadãos nas sessões dos órgãos autárquicos, das discussões públicas de regulamentos e outros instrumentos de gestão da responsabilidade do poder local, regional e central. A carga “publicitária” e motivacional existente no período eleitoral não pode hibernar. As revistas, os sítios e a página de redes sociais de freguesia e do município não podem continuar a ser espaços de publicitação de festas e inaugurações. Exige-se mais. Deverão ser espaços de informação, de participação nos processos e de uma forte campanha para a redução do absentismo participativo por parte dos cidadãos. A mutabilidade do presente e futuro exige ações em detrimento de contemplações. O dia da tomada de posse dos eleitos na freguesia e no município é um bom dia para iniciar um novo ciclo. Sabe o leitor o dia da tomada de posse dos órgãos eleitos da sua freguesia ? Sabe o leitor quem são os vogais e vereadores que o representam na sua freguesia e no município? Como terá acesso aos contacto dos eleitos? Por ventura esta procura e disponibilização de informação poderão dar início a um novo ciclo de participação dos eleitores e de exigência para com os eleitos. Os novos ciclos não são ditados unilateralmente pelos partidos ou movimentos. Os novos ciclos são ditados biunivocamente pelo povo e organizações de base democrática e republicana. P.S. A partir do dia 24 de outubro tomarei posse como vogal municipal na autarquia de Ponta Delgada. Contacto: sonia.cf.nicolau@gmail.com