Opinião

Espacial com pés assentes na terra

Da Tecnologia Espacial da Europa para os Açores, que mesmo no meio ambiente leigo está longe de ser confinar aos satélites, é uma hoje uma necessidade, nem que seja pelo GPS – sinal americano - que permite serviços de orientação ou até o “estado” da localização na rede social. Toda esta informação está assente em investigação e conhecimento produzidas nas diferentes partes do mundo. Os Açores não se querem integrar, seja em Santa Maria, Flores ou Terceira, como parte “desse” mundo? Em Portugal, com implicação nos Açores foi dado em 1998, pela enorme envolvência do saudoso Mariano Gago, Governos Socialistas na República e Açores, a instalação da estação ESA – European Station Agency – em Santa Maria pela sua posição geoestratégica privilegiada. A necessidade da Europa possuir a sua própria investigação e ação no domínio espacial é mais que evidente, sendo já tardia. Portugal deve orgulhar-se de poder cooperar com um território autónomo português - os Açores – e aqui a implicação de proveitos deve ser proporcional aos serviços. Os Açores devem afirmar os seus poderes autonómicos no uso do seu espaço territorial estratégico à abertura espacial. No futuro Santa Maria poderá reforçar-se com mais um ponto de serviços associados à tecnologia espacial. A todo o custo ou a qualquer custo? Não. Mas não sejamos cépticos antes de os conhecer. Queremos desenvolvimento externo ou não? Queremos que para além do sector primário e o terciário, muito centrado no turismo, haja outro que motive o regresso e a fixação de uma geração qualificada, sim ou não? Da tecnologia espacial dos Açores para a Europa, O interesse das escolas portuguesas (15), muito em particular as açorianas, no programa CANSAT realizado de 4 a 7 de maio em Santa Maria, com 15 escolas concorrentes, duas açorianas (Flores e São Miguel – parabéns pela audácia de participarem), tendo sido vencedora a de São Miguel, a escola ENTA – Escola de Novas Tecnologia dos Açores. A disposição de professores e alunos a participarem em programas internacionais que ocupam muito tempo para além do tempo curricular é uma valorização que raramente é mencionada. O tempo pós curricular é um tempo de construção com alunos e professores dedicados. Eles existem. Hajam condições. A afirmação de qualquer sector é morosa. O sector associado à investigação e desenvolvimento, muito em particular o espacial, perante uma concorrência feroz e com passado é uma luta contra o tempo. O tempo desde 1998 tem-nos dado razão. De um “contentor” como alguns apelidaram, hoje é a estação de referência da ESA em Portugal, entre outras aplicações, para o estudo do sinal GALILEO (o sinal europeu substituto do GPS. Não vá Trump, conhecer o “off” do sinal GPS). São alternativas morosas é certo. Mas para o futuro, este caminho tem que por nós ser traçado. Tal como no passado outros traçaram o que agora desfrutamos. Parabéns ENTA! Parabéns Açores!