Opinião

Juntos, por uma Europa mais progressista

Os Socialistas Europeus lançaram esta quarta-feira, em Bruxelas, uma iniciativa política da maior importância. O projeto “Juntos, uma nova direção para uma Europa progressista” pretende discutir em todos os Estados-Membros um novo rumo para a Europa. Como sabemos, a União atravessa momentos de alguma conturbação económica, social e política. A conferência inaugural, que contou com a presença de Frederica Mogherini, Alta Representante da União para a política externa e de segurança, Martin Shulz, Presidente do Parlamento europeu, jovens políticos, investigadores sociais, e líderes socialistas de países europeus, deu o mote para uma discussão que se pretende profunda e consequente. Um dos temas que mais atenção tem merecido é o Brexit. Trata-se de uma questão geracionalmente fraturante no próprio Reino Unido. Junta abstenção jovem, populismo e falta de perspetivas de futuro. Foram apresentados dados que revelam que a maioria dos jovens, principalmente os milenares (nascidos entre 1980 e 1990), não queriam que o resultado fosse o que acabou por ser mas nunca consideraram que tal pudesse acontecer. Razão pela qual não se mobilizaram para exercerem o seu dever cívico nem para rebaterem os argumentos populistas daqueles que defendiam a saída. Estão, agora, arrependidos e preocupados. Significativo, e ilustrativo do conflito geracional que se começa a instalar, é o facto de estarem revoltados com a orientação de voto dos seus avós e pais. Estes jovens, que se consideram cidadãos europeus, cidadãos deste mundo global, não se revêm nos egoísmos nacionais nem imaginam o seu futuro circunscrito às velhas fronteiras nacionais. Começa, por tudo isso, a acreditar-se numa geração capaz de operar as mudanças necessárias. É cada vez mais evidente que as respostas não são unívocas. Apesar da Comissão Europeia, maioritariamente suportada pela Direita, pretender prosseguir no caminho do liberalismo económico, insistindo continuadamente na desregulação económica e financeira, os socialistas procuram novos caminhos. E, temos felizmente, cada vez mais apoio social. A resposta aos desafios deste tempo, a que não ficam alheias a chamada uberização da economia ou a transferência de fábricas para países de mão de obra barata, maioritariamente asiáticos, é mais internacionalismo. Como referiu Martin Shulz devíamos, ao nível da defesa dos direitos dos trabalhadores, cantar todos os dias a Internacional Socialista. É que como referiu Kuba Jablonowski, um jovem investigador que se tem dedicado a estudar a reação dos jovens europeus aos acontecimentos políticos recentes, a resposta ao mundo global não é sermos cidadãos de lado nenhum (desprovidos de direitos) é sermos cidadão do mundo, dum mundo com um novo alfabeto de direitos. Eleições Regionais O Partido Socialista venceu de forma inequívoca as legislativas regionais. Os açorianos renovaram a confiança em Vasco Cordeiro. Foi uma vitória significativa que valorizou as opções que o Governo dos Açores tomou nos últimos quatro anos. A agenda de combate aos efeitos da austeridade nacional e a capacidade de desenvolver políticas capazes de atenuar os efeitos das dificuldades de setores chave como são os casos das Pescas e da Agricultura e também de encetar novos rumos foram reconhecidas nas urnas.