Os partidos da oposição nos Açores transformaram as próximas eleições regionais num campeonato com um objetivo central: retirar a maioria absoluta que o PS-Açores detém no parlamento regional. A tese é sustentada no argumento escorregadio que 20 anos é muito tempo. 20 anos seria muito tempo se fossem 20 anos sem reformas, sem inovação e sem renovação. Acontece que em todos estes domínios o PS-Açores foi a força liderante nas últimas duas décadas e por isso tem mantido a confiança dos açorianos. A diabolização das maiorias absolutas é um atestado à fraqueza das oposições. Face à incapacidade de gerar projetos alternativos consistentes e credíveis surge a acusação do papão das maiorias absolutas. Nada mais falso no caso dos Açores. As maiorias absolutas do PS na Região têm sido maiorias positivas, reformistas e dialogantes. Nos últimos quatro anos assumiram ainda um caráter suplementar muito importante, a de ser um factor anti-austeridade. No continente o PSD e o CDS cortavam, nos Açores o PS compensava ou anulava esses cortes. As maiorias absolutas do PS demonstraram ser elementos essenciais de confiança e de segurança que proporcionaram condições de governabilidade com estabilidade e previsibilidade. Os Açores ficaram livres de jogos e acordos partidários permanentes, suscetíveis de gerar desconfiança nos agentes económicos e afetar o investimento privado e a criação de emprego. Nem tudo está bem e há áreas da governação, predominantemente influenciadas por más políticas europeias, que ainda não estão estabilizadas. Mas a grande recuperação que os Açores atingiram no turismo (com um recorde de turistas em 2016), nos transportes e no emprego (o desemprego é o mais baixo dos últimos cinco anos), não teria sido possível sem um bom governo, obviamente, e sem uma maioria absoluta no parlamento regional. Foi essa maioria que trabalhou com o Governo soluções rápidas e meritórias para combater a crise, vencer desafios e defender os açorianos. Uma maioria absoluta tem mais vantagens do que desvantagens. Por decisão da direção do Açoriano Oriental, os candidatos às eleições regionais devem suspender a sua colaboração até ao dia 16 de outubro. Até Outubro.