Opinião

Estabilidade e deriva

As eleições regionais de outubro aproximam-se e a tensão política essencial alastra-se de diversos modos. Acantonados em estafados clichés que ouvimos desde a primeira vitória do PS/Açores, em 1996, o maior partido da oposição afastou-se do quotidiano dos açorianos. Não muda de ideias apesar de terem mudado amiúde de líder. No passado revogaram diplomas como o da remuneração complementar considerando-a uma “ lei injusta” e uma “distribuição inconsiderada de benesses e esbanjamento de dinheiros públicos”. Agora querem compensações salariais aos funcionários do Estado diferenciando-os dos funcionários regionais a quem tiraram essa remuneração… Não compreendem porque não fazem ou melhor porque se esqueceram do que fizeram mal no passado. Afinal tecem loas à sua história desde que ela não seja acompanhada pela memória. Porém, confrangedor é a ausência de um projeto realista para os Açores. A sofreguidão de correr atrás daquilo que julgam ser o céu nublado da vida dos açorianos, impede que vislumbrem as auroras do “nooceno”, complexo, exigente que suscita novos olhares sobre a governação. Coragem, criatividade, adaptabilidade, inovação e resolução de problemas são traços indispensáveis deste século XXI. Nos últimos quatro anos, o governo socialista nos Açores e agora o governo socialista nacional têm demonstrado que sabem interpretar as novas realidades globais, sem perder a sua matriz de defesa intransigente da dignidade das pessoas. Foi assim nos Açores, no pico da crise nacional em que o esforço permanente do Governo e do PS/Açores se dirigiu para a minimização do sofrimento dos açorianos, motivados pela fustigação de “políticas austeritárias” do PSD, sempre de maior dose do que a receita da troica. Quanto aos partidos ditos mais pequenos dos Açores, entre a legítima “sobrevivência” e o ensaio do papão da maioria, perdem-se na trajetória da afirmação eleitoral, ainda que tenham apresentado, nos últimos quatro anos, melhores propostas alternativas do que o maior partido da oposição. À estabilidade fundada nas provas dadas e no realismo do tempo presente do novo projeto socialista para os Açores, opõem-se as derivas mais ou menos inconsequentes do maior partido da oposição, esgotado pelas “corridas no mesmo lugar”. O PS/Açores confia nos açorianos porque o voto destes será, sem derivas, o sinal da estabilidade num novo projeto a favor da nossa Região.