Opinião

Fuga às responsabilidades

Há precisamente uma semana, foi inaugurado o novo edifício do Centro de Saúde de Ponta Delgada. Um investimento do Governo de 16,5 milhões de euros que permitirá uma enorme melhoria na prestação dos cuidados de saúde no maior concelho dos Açores. O novo Centro agrega valências e serviços que estavam dispersos pela Cidade em quatro edifícios diferentes. Na cerimónia de inauguração, o Presidente do Governo Regional reconheceu os efeitos da retirada de diversos serviços do centro da Cidade declarando não ser “insensível” a esse facto. Para inverter esses efeitos, o Presidente do Governo anunciou que será instalada uma nova loja da RIAC num dos edifícios do centro da cidade que ficaram disponíveis pela transferência do Centro de Saúde. Vasco Cordeiro referiu ainda que “tomo a liberdade de exortar a Câmara Municipal de Ponta Delgada a, no âmbito das suas competências e à semelhança do que já aconteceu com outras câmaras municipais de outras ilhas da nossa Região, aproveitar as oportunidades que derivam do Programa Operacional Açores 2020, nomeadamente quanto à existência de fundos comunitários disponíveis para esse efeito, apresentando o imprescindível plano estratégico de revitalização e requalificação urbana a fim de aproveitar também os apoios existentes para esse fim.” Curiosamente, e contrariando a sua promessa de colaboração institucional com o Governo, o Presidente da Câmara de Ponta Delgada reagiu com os nervos à flor da pele. José Bolieiro teve uma reação pouco polida, própria de quem é apanhado numa situação comprometedora. A reabilitação urbana em Ponta Delgada, sobretudo habitacional e comercial, é uma necessidade evidente. Todavia, em Ponta Delgada esta prioridade é claramente negligenciada. Como é possível que um presidente de uma Cidade com 470 anos não tenha um plano estratégico de revitalização e requalificação urbana do centro da Cidade? Esta é que é a explicação que se exige ao Presidente da Câmara. Em vez disso José Bolieiro proferiu declarações indignas que só servem para fugir às suas responsabilidades. José San-Bento