Opinião

A casinha da Esmeralda

A Esmeralda, toda esbaforida, bateu de mão aberta à porta da D. Benta, como se estivesse a esmurrar um portão de quinta. A pobre velhinha até ficou meio assustada, não tivesse acontecido mais alguma desgraça. Até pensou não fosse alguma vizinha a dizer que o governo do Passos Coelho lhe tinha tirado o resto da esmirrada pensão que lhe resta. Desde que o PSD está no governo, nada de bom acontece. Por isso, Deus nos livre de ter um governo laranja cá nos Açores. Eles a tirarem lá fora e Berta cá a dizer ámen… havia de ser o fim do mundo! Como temos visto, quando o governo de Lisboa faz das suas, só tarde e a más horas é que a senhora líder do laranjal ilhéu, vem timidamente dizer que não está de acordo com Passos Coelho, por ela considerado um “defensor” da autonomia. Se o nosso governo dos Açores não batesse o pé, a autonomia já teria ido por água abaixo e, quem sabe, Berta Cabral nomeada governadora civil de Ponta Delgada… com poderes nas “8 ilhas” dos Açores… Mas, afinal o “estrelouço” feito pela Esmeralda da 2ª travessa, era por mor de uma boa nova! Acabava de receber uma chamada da menina “Menésia” da Habitação a confirmar que iria ter um apartamento novo para ir morar com o seu “home” e os filhos Cátia Vanessa e Ronaldo Martim. Os pequenos estavam “poderiz” de contentes, pois iam ter um quarto para cada um. Até então, tinham apenas um quarto de dormir com uma cama de casal, aonde dormiam os pais e a Cátia Vanessa de três anos. O pobre Ronaldo, de seis, lá se amanhava num colchão a lastro entre a cama e o baú. Há muito tinha a promessa da camara que iriam ser realojados mas, pelos vistos dado o “grande sucesso” da política habitacional municipal levada a cabo no Beco da Rosinha e no Peixe Assado, Berta Cabral deu por concluídos os realojamento, ficando a pobre Esmeralda com a boca no descanso, com a cabeça cheia de promessas e com as mãos completamente vazias. Como a senhora presidente já estava com a cabeça virada para Sant’Ana, e casinhas, se calhar, não dão assim tantos votos, centrou a atenção noutras obras mediáticas como o Centro Niemeyer, a Central de Camionagem, o teleférico da Rocha da Relva, que ficaram no papel, ou nas festas do Espirito Santo, cuja mordoma era sempre a mesma, nas noites alcoólicas do Campo de S. Francisco ou em viagens à Coreia do Sul, ao Brasil, à América ou ao Canadá ou ainda em inaugurações de becos e canadas com placas toponímicas e discursos que davam direito a retratos nos jornais e nas revistas. Isto já para não falar nas homenagens a metro que de tão vulgarizadas, ficaram sem qualquer valor. Por pouco não chegou a vez da D. Benta também “arreceber uma merdalha”! Voltando à nossa Esmeralda. Ela não cabe em si de contente pois vai poder dar aos filhos condições de vida muito melhores. E vai logo dizendo que a casa não é dada! Vai pagar uma “rindinha” que foi achada conforme as suas posses. Há para aí muita gente que só pensa falar mal do governo porque “dá casas”. É preciso que se saiba de uma vez por todas que a habitação é um direito do povo e que as pessoas pagam as suas rendas! Não é nenhuma esmola! A velhinha da Calheta não poderia estar mais de acordo. Há que ajudar as pessoas que não têm casa ou vivem em condições desumanas. Como disse o nosso Presidente Carlos César, ainda existem muitas famílias que precisam ser ajudadas. Apesar do muito que foi feito nestes últimos dezasseis anos, muito ainda há a fazer. O que vale é que o futuro Presidente, Vasco Cordeiro, por várias vezes tem afirmado que as questões sociais serão uma prioridade do governo que ele irá liderar. A D. Benta acredita piamente nele, porque ele é um rapaz sério, honesto e cumpridor do prometido. Se assim não fosse, cá estaria a D. Benta para lhe dar um valente puxão de orelhas! Ao contrário do PSD de Passos Coelho e Berta Cabral, que tem retirado os apoios aos mais pobrezinhos e aos reformados, o governo de Carlos César tem mantido as ajudas aos socialmente mais desamparados. Vasco Cordeiro já empenhou a sua palavra ao afirmar que os irá manter e inclusive, dentro do possível e dos dinheirinhos que entrem nos cofres, aumentar os apoios aos mais necessitados. É por essas e por outras, que a D. Benta e uma larga maioria das vizinhas da Calheta não têm dúvidas aonde irão botar a cruzinha no dia 14 de outubro! P. S. – A D. Benta manda uma beijoca repenicada ao presidente Bolieiro por ter amanhado uma casa para que sejam servidas sopas aos nossos irmãos que delas façam preciso e acabar com o espetáculo da “caridadezinha” que se praticava no jardim Sena Freitas! P. S. – Com tanta promessa feita por Berta Cabral, só falta prometer que quem nela votar acerta no Euromilhões!