Opinião

Ouvir Quem Sabe

Começa hoje, o debate parlamentar de Plano e Orçamento para 2012. São documentos fundamentais para o próximo ano, tendo em conta as dificuldades que se perspectivam devido à austeridade nacional e à falta de financiamento da economia por parte da banca. Obviamente, que a actual conjuntura obriga a um esforço para recolher o melhor contributo de todos, na perspectiva de se conseguir um Plano e um Orçamento eficaz no cumprimento dos objectivos a que se propõe, tendo em conta os recursos financeiros ao dispor da Região. Foi com esse objectivo que o Grupo Parlamentar do PS/Açores organizou um fórum, na última semana, que pretendeu ouvir as opiniões e reivindicações dos diferentes parceiros sociais, como os sindicatos e representantes dos empresários, dos industriais da construção civil e da agricultura. Foi um debate franco e honesto, onde foram referidos diferentes pontos de vista, reivindicações diversas e outras prioridades para o investimento. Todas elas legítimas e representando, naturalmente, os interesses dos diferentes sectores em presença. Mas, no essencial, nenhum parceiro social contestou a opção do Governo Regional e do PS/Açores de dar um grande cariz social a este Plano e de atribuir, no Orçamento, uma forte componente de alavancagem da economia. Ficou, ainda, bem evidente que os parceiros sociais açorianos, apesar das diferenças de opinião, coincidem na constatação que os recursos financeiros disponíveis não permitem grandes extravagâncias e que a prioridade deve estar centrada nas pessoas. Não foi, assim, um momento de elogio fácil, nem de crítica constante. Foi, sim, uma oportunidade de diálogo entre o Grupo Parlamentar que suporta o Governo Regional e os representantes de trabalhadores e das empresas, no fundo, quem gera riqueza e conhece, melhor que ninguém, as dificuldades e oportunidades dos Açores. Esta tem sido uma opção clara do Grupo Parlamentar do PS/Açores. Nos últimos anos, fazemos questão de ouvir os açorianos, através dos seus representantes associativos, antes de se iniciar o debate do Plano e Orçamento para o ano seguinte. É a única forma de se partir para este debate parlamentar com profundo conhecimento da realidade dos Açores, de fora para dentro.