Opinião

Dar a mão aos açorianos

O Orçamento para 2012 contempla 1.079 milhões de euros e o Plano Anual Regional prevê investimentos de 737 milhões, 480 dos quais da responsabilidade directa do Governo dos Açores. Num ano de grandes dificuldades para as famílias e para as empresas, estes documentos apostam em medidas que minimizem os efeitos da crise, através de aumentos de apoios sociais e da prioridade dada a investimentos em áreas produtivas, que potenciem os fundos comunitários ao dispor dos Açores. Não é um Plano e Orçamento que permita ao Governo Regional grande folga, mas são instrumentos financeiros com prioridades muito bem definidas e que tentam responder, ao nível social e de alavancagem da economia, aos efeitos severos da crise que atinge Portugal. Ou seja, o Governo dos Açores adaptou as suas políticas à conjuntura e apresenta ao Parlamento dois documentos de grande alcance social. Espera-se, assim que todos os partidos apoiem estas prioridades e que consigam ver neste Plano e Orçamento medidas que ajudam os açorianos dentro das possibilidades financeiras da Região. Espera-se que alguns partidos da oposição deixem de pedir 100 quando a Região só pode dar 50. Uma oposição responsável não pode criticar o aumento de 10 por cento previsto para os complementos regionais de pensão e do abono de família, numa altura em que o país está a cortar de forma cega todos os apoios sociais. Uma oposição responsável não pode, ainda, rejeitar um aumento de 3,5 por cento da remuneração complementar, quando os funcionários públicos portugueses acabaram de perder os subsídios de férias e Natal. Uma oposição responsável não pode, também, ficar indiferente ao aumento para 11 milhões de euros do Fundo de Compensação Social, que servirá para responder a situações de emergência social em casos de pobreza ou desprotecção súbita, quando se perspectiva em Portugal situações de carência social abruptas. Quem estiver a favor deste Plano e Orçamento não está a ajudar o Governo Regional do PS/Açores. Está, sim, a dar a mão aos açorianos nesta fase mais difícil das suas vidas.