Opinião

Vistas turvas...memórias curtas

Sem dúvida alguma, o dia de hoje está repleto de interesse político quer a nível da Região quer a do todo nacional. Por cá, na Assembleia Legislativa, discute-se o Plano e Orçamento da Região para o ano de 2011 e por todo o país decorre uma Greve Geral que é alvo de enorme expectativa por parte dos sindicatos, das forças políticas e da população em geral. Essa iniciativa tem por base um descontentamento, por parte dos portugueses, motivado pelos efeitos de uma crise que assolou o mundo, à qual Portugal não poderia ficar completamente imune. É natural que ninguém aceite de bom grado reduções no rendimento, ou diminuições nos apoios e regalias sociais. Mas, por outro lado, questionamo-nos como será possível ultrapassar uma hora tão difícil, sem nos sujeitarmos a um sacrifício colectivo a bem do futuro e da sustentabilidade do país. Contudo, há que garantir que todos, repito todos, assumam a sua quota-parte, tendo como referência os rendimentos auferidos. Desde o cidadão que, pelas mais diversas vicissitudes, não possui qualquer rendimento próprio e sobrevive mercê dos apoios disponibilizados pelo Estado até às grandes empresas e à banca, todos deverão ser contribuintes activos no esforço nacional necessário à ultrapassagem da situação em que o país vive actualmente. Felizmente, na Região, os nefastos efeitos da crise têm sido minimizados graças às medidas tomadas pelo Governo de Carlos César dirigidas às famílias e às empresas. Com o Plano Anual Regional e o Orçamento que estão a ser apresentados na Assembleia Legislativa, os açorianos vêm garantida uma recuperação da actividade económica que sofreu uma retracção em 2009. Felizmente a situação, já denota uma inversão na tendência, tendo a economia voltado a crescer no terceiro trimestre de 2010. Como foi referido pelo Vice-presidente do Governo, já foi atingido na globalidade “um nível de actividade económica idêntica à registada antes da crise internacional”. Entre outras medidas anunciadas, merece-nos especial destaque a decisão de investir toda a poupança obtida nas despesas correntes e de investimento, para reforço de 20,6 milhões de euros, no financiamento do Serviço Regional de Saúde, bem como a decisão governamental de colocar no topo das prioridades acções concretas e eficazes de apoio às empresas e às famílias. É justo relevar as medidas que serão concretizadas no aumento de recursos destinados aos apoios sociais, nomeadamente ao aumento das pensões e dos abonos de família. Obviamente, os mesmos de sempre irão declarar que os aumentos assumidos nos benefícios sociais serão insuficientes. Para a oposição, quando se atribui vinte certamente dever-se-ia contemplar com cem. É bom lembrar que no tempo em que o PSD de Berta Cabral era governo nunca existiu o complemento regional às pensões e aos abonos de família. É bom não esquecer que no tempo em que Berta Cabral teve altas responsabilidades nas finanças regionais, nunca foi implementada qualquer redução fiscal em relação ao continente. É bom avivar as memórias menos atentas e lembrar que foi com o governo de Carlos César que os nossos idosos passaram a ter um apoio às despesas com os medicamentos. É bom não olvidar que foi com os governos socialistas que os funcionários públicos regionais passaram a usufruir do complemento regional à remuneração. Não deixa de ser interessante verificar que durante os debates parlamentares, alguns deputados laranja esquecem que o PSD foi governo durante vinte anos e que nunca tomou quaisquer medidas semelhantes às acima referenciadas. Em abono da verdade, é perfeitamente compreensível a amnésia de que sofrem os líderes laranja. Apesar de se terem mantido duas décadas no poder e de terem sido lançados borda fora do barco governativo já lã vão catorze, quer a líder quer os actuais protagonistas, são os mesmos velhos de sempre e daí tenham cada vez a vista mais turva e a memória mais curta!