Francisco César critica “prejuízo injustificável” causado pela má gestão do novo hospital modular

PS Açores - Há 6 horas

O líder do PS/Açores, Francisco César, alertou esta terça-feira para a gravidade das informações vindas a público no âmbito da Comissão Parlamentar de Inquérito ao Incêndio no Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), em Ponta Delgada, classificando o caso como “uma enorme confusão” e um “prejuízo injustificável para a saúde dos açorianos e para os cofres públicos”.

“Há uma matéria que tem acontecido nos últimos dias, em virtude de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, inicialmente proposta pelo Partido Socialista. Aquilo que nós temos assistido é muito preocupante, é grave, e vai ao encontro de tudo aquilo que nós temos dito sobre o incêndio no hospital, o processo de reconstrução e o novo hospital modular”, afirmou Francisco César.

Com base nos testemunhos recolhidos, de técnicos independentes, profissionais de saúde e antigos administradores, o líder socialista reforçou que “em todos os casos, há algo que é comum: o hospital poderia ter sido aberto num espaço de dois, três meses”.

Segundo Francisco César, “no final de agosto, todos os serviços públicos relacionados com o hospital poderiam estar abertos em melhor qualidade do que anteriormente. Isso é incontestável, inclusive, as próprias salas de cirurgia estavam prontas para ser abertas até o final de agosto”. Ainda assim, os açorianos foram privados de cuidados essenciais.

“O investimento todo que foi feito no hospital modular, o facto de termos tido doentes deslocados para outras ilhas, doentes que andaram a saltitar entre uma urgência provisória, os centros de saúde e um hospital particular, isto aconteceu tudo sem necessidade nenhuma”, lamentou.

Na ocasião, Francisco César destacou, ainda, o custo do hospital modular: “Já custou perto de 40 milhões de euros dos bolsos dos contribuintes, quando não era necessário existir”. Além disso, denunciou que “o projeto, desde o início, foi sempre sofrendo acrescentos”, com falhas técnicas graves, como “salas que não tinham isolamento necessário para determinadas máquinas funcionarem” ou “serviços de urgência que não tinham espaços necessários para que os doentes pudessem esperar”.

Mais grave ainda, revelou que “foi aprovado um hospital modular que está pronto, custou perto de 40 milhões de euros e nem houve um plano de emergência submetido à Proteção Civil”.

De acordo com o líder do PS/Açores, é urgente esclarecer “quanto aos prejuízos para os Açorianos de todo este custo financeiro”, bem como “qual foi o custo da incompetência e confusão na saúde dos açorianos que ficaram sem consultas, sem cirurgias e sem um serviço de urgência com capacidade para responder quando mais precisavam”.