Um mês depois, greve da Atlânticoline continua a prejudicar os Picarotos

PS Açores - 12 de abril

Os deputados do Partido Socialista eleitos pela ilha do Pico apelaram, hoje, ao Governo Regional para que intervenha no diferendo entre o Conselho de Administração da Atlânticoline e os seus trabalhadores, com vista ao fim da greve e à normalização da operação no triângulo.

“Passado cerca de um mês desde o início da greve, está a tornar-se insustentável assistir a este impasse nas negociações entre quem dirige aquela empresa e o sindicato dos trabalhadores”, consideram Mário Tomé e Marta Matos.

Para os parlamentares socialistas, esta situação está a causar revolta entre os utilizadores, designadamente para as pessoas que se deslocam diariamente entre estas ilhas para realizar tratamentos médicos e por questões profissionais.

“O Governo Regional, enquanto acionista maioritário daquela empresa, tem a obrigação de atuar e de intervir, em vez de se desresponsabilizar desta situação, como temos vindo a assistir”, sublinham Mário Tomé e Marta Matos, para quem “o Presidente do Governo Regional do PSD/CDS/PPM não pode, como fez recentemente, lavar as mãos em todo este processo”.

Os deputados picoenses acusam o Governo Regional de insensibilidade perante os relatos e as evidências. “São pessoas idosas, com mobilidade reduzida e saúde debilitada que se veem confrontadas com a incerteza das suas deslocações que podem resultar em custos acrescidos para as famílias que, ora veem impossibilitadas as suas deslocações ao Hospital da Horta, ora têm custos acrescidos pela necessidade de pernoita devido à greve”.

Os deputados apontam ainda os graves transtornos causados às empresas e ao setor turístico pela via da redução da oferta para o transporte de viaturas.

“Se há menos viagens, há igualmente uma redução da oferta no transporte de viaturas e que atinge as empresas com atividade nas diferentes ilhas que dependem dos navios da Atlânticoline para assegurar o desenvolvimento da sua atividade”, realçam.

Mário Tomé e Marta Matos apelam, por isso, ao Governo Regional que lidere um diálogo eficaz e resolutivo para colocar um fim a esta situação que se está a revelar cada vez mais insuportável, em vez de continuar a dar cobertura à intransigência que não aponta a qualquer solução.