João Castro regista que PPD propõe agora o que deveria ter feito e não fez

PS Açores - 30 de novembro, 2017
O deputado do PS João Castro lamentou hoje, no Parlamento, que o PSD e o CDS tenham, com o debate de um conjunto de propostas apresentadas pelo PSD a propósito dos incêndios, deixado a “careca a descoberto”. “Criticam agora a concretização do que deixaram por fazer”, afirmou o coordenador socialista na comissão de Agricultura e Mar. “Esta Assembleia aprovou recentemente e por unanimidade, no âmbito do Orçamento do Estado para 2018, um conjunto de propostas centradas em quatro eixos essenciais: A reconstrução das zonas afetadas pelos incêndios; o reforço da prevenção e dos meios de combate aos incêndios e a capacitação institucional”, lembrou o parlamentar açoriano, defendendo que “não faz sentido atropelar o processo em curso”. “A reflexão dramática que fomos forçados a fazer e que teve inclusivamente o apoio de uma Comissão Técnica Independente, proposta pelo PSD e aprovada por unanimidade na Assembleia da República, impõe que as ações sejam norteadas pela reflexão ponderada e isenta na preparação de um futuro, ordenado e sustentável”, afirmou o socialista, assegurando que muitas das propostas, hoje em discussão, “perderam a sua oportunidade” face às medidas já em execução e ao OE aprovado há dois dias. Apesar de reconhecer que “algumas propostas devem ser aprofundadas na especialidade”, João Castro recordou que a reforma da floresta, várias vezes adiada, foi assumida como prioridade do Governo aquando da tomada de posse. “Não obstante já ser uma prioridade definida, os acontecimentos extremados, anómalos e atípicos, ocorridos este ano, obrigatoriamente recentraram as prioridades da floresta e dos incêndios florestais”, revelou o deputado. “A devastação do interior do país, de zonas já de si vítimas de dificuldades, reflexo do adiamento de uma atuação necessária, por sucessivos governos, de políticas estruturadas em prol do reordenamento e gestão da floresta; a perda de bens, de capacidade produtiva e de postos de trabalho são motivos que não queremos, e não podemos, deixar ficar sem resposta”, assumiu, revelando que as populações necessitam e esperam dos poderes públicos uma intervenção responsável, construtiva e estruturante, em prol da recuperação, tendo por base um novo caminho para a Gestão da Floresta. “É um facto que são décadas de problemáticas não resolvidas e de soluções adiadas e outras interrompidas”, admitiu, atestando, porém, que “ao atual governo compete corrigir este percurso, aprender com os erros, construir um novo caminho e percorrê-lo em prol dada floresta portuguesa, pelo interior e pelo mundo rural, com as pessoas, a bem de Portugal”.