Em dezembro de 2020 a dívida pública regional dos Açores era de 2.405 milhões de euros e em dezembro de 2024 esse valor já ia em 3.292 milhões de euros. A dívida cresceu em 4 anos 37% (mais 887 milhões de euros). Só nos primeiros três meses de 2025 já vamos com mais 109 milhões de euros de dívida.
Este crescimento é de tal maneira preocupante que irá, segundo alguns especialistas, afetar a vida de todos os açorianos muito em breve. O curioso é que o tão propalado “endividamento zero”, acabou por dar nisto.
No meio deste vendaval o presidente do governo, instado a comentar esta situação, relativizou o problema, curiosamente no mesmo momento em que impõe ao primeiro-ministro, num primeiro ímpeto, “colocar os pontos nos is” no que respeita à revisão da Lei de Finanças Regionais, para depois, numa versão mais macia, admitir apenas pequenas alterações a essa mesma lei.
Esta conversa, em linguagem comum, só quer dizer uma coisa: ou vem mais algum ou vamos ter problemas. E bem que precisam. A dívidas a fornecedores do Serviço Regional de Saúde cresceu 67 milhões de euros em 4 anos, atingindo no final de 2024 cerca de 211 milhões de euros.
Na Sata, foram colocados cerca 450 milhões de euros, entre aumentos de capital e garantias de empréstimos, em nome do plano de reestruturação, mas o que se vê é uma degradação das contas de ano para ano. Em 2024 consta que o prejuízo do grupo será superior a 80 milhões de euros e o acumulado desde 2021 já vai em mais 215 milhões de euros de resultados líquidos negativos, mesmo num cenário em que as receitas têm vindo a crescer, tal como o número de passageiros transportados.
Esta urgência em arranjar dinheiro (há quem lhe chame uma espécie de resgate), a acontecer, desenrascará o governo, mas vai ter, muito certamente, um custo e só se espera que esse custo não comprometa ainda mais a nossa autonomia. A ver vamos.