Opinião

Desenganos

Na teia de enganos em que se transformou o último ano da governação regional, a coligação quer fazer crer que não estava a contar com o pré anunciado chumbo orçamental. Há, no entanto, alguns factos que demonstram que “a bota não bate com a perdigota” e que desarmam a narrativa montada por Bolieiro, Lima e Estevão. Primeiro, nos últimos meses foi notório o tom arrogante e acintoso com que, no parlamento, foram tratados os partidos que, ao longo desta legislatura, viabilizaram os orçamentos regionais. Sem necessidade, PAN, IL e Chega foram provocados até ao limite. Simultaneamente, e enquanto a coligação destratava os parceiros que sabia serem indispensáveis, brotavam como cogumelos por toda a Região cartazes com a figura do líder do PSD que pareciam dar um prematuro tiro de partida para a campanha eleitoral. Mais recentemente, e ainda sem saber o desfecho quanto ao orçamento, o PSD anunciou a antecipação do seu calendário interno: eleições para a liderança em dezembro e congresso em janeiro. Não é à toa que não cola a tentativa de vitimização por parte da coligação. Não cola porque todos perceberam que há já largos meses que a coligação se prepara para ir para eleições.