Opinião

Instituições

No passado dia 21 de abril a Assembleia Municipal de Angra do Heroísmo aprovou por unanimidade uma proposta da Câmara Municipal de atribuição da Medalha de Mérito Municipal Cultural ao Grupo de Forcados da Tertúlia Tauromáquica Terceirense pelos 50 anos de defesa da tauromaquia.

Este facto, patente em nota informativa, publicada como publicidade ontem nas páginas deste diário, reveste-se de enorme importância por se tratar de um reconhecimento transversal de uma instituição política representativa de todos os cidadãos angrenses a uma das instituições da cidade mais relevantes no fomento, promoção e defesa da tauromaquia.

Numa época em que o institucionalismo e a defesa do primado das instituições, sejam estas políticas ou civis, andam pela rua da amargura, com o assoberbar de uma visão cada vez mais individualista, ou, dito de outro modo, liberal, da vida em sociedade, cuja primeira (e óbvia) implicação é uma total falta de consciência de que as instituições são anteriores e perpassam os indivíduos que num determinado momento as integram, o que faz com que muitos sejam os que se servem de uma instituição com afã de protagonismo ao invés de a servirem, não deixa de ser salutar que do ponto de vista do recato do formalismo burocrático uma instituição reconheça outra, ainda para mais no plano da tauromaquia, relevando o seu mérito municipal em termos culturais.

A defesa da tauromaquia ao nível de quem tem responsabilidades institucionais deve ser feita através dos meios e recursos formais ao seu alcance que sejam capazes de garantir a dignidade que merece esta expressão cultural e não pela via fácil, mas ineficaz, dos atos "instagramáveis" ou "facebookiáveis", que apesar de muito simpáticos do ponto de vista da "mini" e da "meia-bola" nada contribuem para assegurar a sua defesa.