Depois do anterior titular das Finanças, foi a vez do Secretário Regional da Saúde. Já não dá para esconder mais. Há um membro da coligação que é uma espécie de triturador implacável. Mas, não se pense que a responsabilidade deva ser assacada ao Vice-Presidente do Governo. Pior do que a pulsão incontrolável de Lima de querer mandar em mais do que deve, é a ausência de liderança e a passividade de Bolieiro. O chefe do governo disfarça, excessivas vezes, a hesitação com simulacros de diálogo, preferindo não decidir e adiar em vez de resolver. Um líder que cede sempre quando confrontado, que é permeável à pressão e à chantagem política, não lidera coisa alguma, apenas vai de arrasto ao sabor das circunstâncias. Já todos perceberam que Bolieiro fará tudo para se aguentar, mesmo que, para tanto, sacrifique os seus para aplacar Lima e Estevão. Mas, em tempo de dificuldades, exige-se rumo, firmeza e não quem faça do governo uma mera plataforma de sobrevivência política e da função um sacrifício. Como diria Mário Soares, “um político assume-se”. O problema é que coragem, tão necessária quanto escassa, não se vende nos hipermercados.