Opinião

(o)Posições

"A oposição traz concórdia. Da discórdia advém a mais perfeita harmonia"
Heráclito

Interessante a crítica de que a oposição só faz crítica. Os arautos do trabalho construtivo, ei-los, os que afinal vão mesmo calcando as pedras do caminho que tanto acusam de ver os outros pisar, erradamente. Interessante. No mínimo. Adjetivando, comedidamente.

Estimados: a análise e debate de todos e quaisquer assuntos colocados à ordem do dia, venham eles de onde vierem, tenham eles que autores tiverem, merecem, incontornavelmente, uma apreciação crítica, tensa e exigente. Desejável que assim seja. E o papel de quem se opõe, por inerência da função, não será o do constante aplauso fácil. Naturalmente. Não será. Aquilo que o povo legitimamente espera dos oponentes, é que sua voz (a do povo) se projete através deles, exercendo a função fiscalizadora de quem manda e desmanda, no contributo de perspetivas diversas, de distintas visões dos assuntos a tratamento. Diria até que é neste confronto de opiniões, tantas e tantas vezes sobre os mais pequenos detalhes de uma determinada iniciativa política, que residirá a mais profunda riqueza da nossa democracia.

E depois, depois, quem tanto fala e tanto escreve deveria, efetivamente e a meu ver, sentir na pele a responsabilidade de, a montante, se ir mantendo verdadeiramente informado. Não será? A menos que o faça consciente de um propósito bélico, carregado de interesses mais pessoais até do que partidários (e muito menos políticos, como é evidente), lamentavelmente sabendo que afinal aquilo que tanto propala em nada condiz com a realidade dos factos. E por aí já não entro, nem tão simplesmente comento.

O Grupo Parlamentar do PS tem propositura sim, estimados, e o Grupo Parlamentar do PS também se levanta sim a apoiar inúmeras iniciativas oriundas de quaisquer outras bancadas parlamentares.

Área da Educação. Vejamos. A tal que, inevitavelmente, pelos momentos mais altos de toda e qualquer intervenção política, é bandeira sem pejo nem hesitações como sendo, sem margem para quaisquer dúvidas, a mais especial das mais especiais: então o que é senão uma propositura de peso o Projeto de DLR de "Estatuto do Pessoal Assistente e Técnico de Apoio à Educação e Ensino"?! Apresentação cumprida ao cair do pano da segunda sessão legislativa, virtuosamente, digo eu, empurrando para o desconforto do exterior da toca um governo regional contrariado pelo arregaçar das mangas, o que é então? E obrigado que se sentiu o governo a negociar e a rivalizar com a apresentação de um outro Estatuto só seu, propósito único de retirar todo e qualquer protagonismo ao seu maior opositor político-partidário...! De que se trata, então?! E na senda dos exemplos: que evidência maior de que nos levantamos mesmo a apoiar iniciativas políticas, sejam elas de quem forem, senão aquilo que se passou no último debate plenário da área, o projeto de resolução sobre "O alargamento e diversificação do Ensino Artístico" na nossa Região?! É esta, e não outra, a verdade para quem assiste.

Que ninguém espere que o PS se comporte como se coligado estivesse à coligação. Pois aí, não me parece. Não é bem essa a camisa que nos cabe. E já agora: estaríamos nós no desempenho sério de nossas funções se, por exemplo, já em julho, não tivéssemos vindo a público apoiar o caminho apontado dos manuais digitais escolares, incontornavelmente fazendo acompanhar essa mesma concordância de um conjunto de preocupações? Convictas preocupações, sim, e que afinal hoje, para além de convictas preocupações, assertivas preocupações se revelaram... estaríamos?!...
Trabalhemos.