Opinião

11 DE SETEMBRO

11 DE SETEMBRO-onde estavas no dia 11 de setembro de 2001? Esta, provavelmente, tem sido uma das perguntas mais repetidas nos últimos dias. Foi há 20 anos que o inimaginável aconteceu, os EUA eram alvo de um brutal ataque terrorista. Sequestrados 4 aviões civis pela al-Qaeda, nessa manhã de 11 de setembro, os terroristas embateram 2 aviões nas Torres Gémeas, em Nova Iorque, matando todos a bordo e milhares de pessoas que trabalhavam nos edifícios, assim como outras centenas que lhes tentavam prestar socorro. Outro dos aviões colidiu com o Pentágono, sede do Departamento de Defesa dos Estados Unidos e o quarto acabou por cair na Pensilvânia, depois de alguns passageiros e tripulantes terem impedido que os terroristas prosseguissem em direção a Washington D.C. Mais de três mil pessoas morreram durante e em consequência dos ataques. Ao todo, mais de 90 países perderam cidadãos nos ataques ao World Trade Center, onde se incluem 5 portugueses. O 11 de setembro mudou para sempre a nossa história, definiu o rumo da nossa história. Passados 20 anos, e várias intervenções militares, a realidade é que as ameaças terroristas não desapareceram, aliás disseminaram-se, como referia António Vitorino e Francisco Seixas da Costa, no interessante evento organizado pela FLAD dedicado ao 11 de setembro. O mundo continua a ser alvo do fanatismo político e religioso. É, por isso, que a ameaça do terrorismo, como ameaça à nossa segurança, aos valores democráticos e aos direitos e liberdades dos cidadãos deve continuar a merecer uma resposta firme a nível nacional, europeu e internacional. Assinalando-se o 20º aniversário do 11 de setembro, é tempo de balanço, mas também de uma vez mais manifestar solidariedade para com as famílias das vítimas, para com o povo norte-americano e para com as autoridades dos EUA. 
 
AFEGANISTÃO- se a saída dos EUA era algo inevitável, a forma como se concretizou levanta muitas questões, incertezas e inquietações. Esta foi a guerra mais longa dos EUA, uma ocupação de 20 anos que começou pouco depois do 11 de setembro, custou mais de 2 biliões de dólares americanos, tirou mais de 240 000 vidas. Em 9 dias, os Talibãs que tinham sido expulsos do poder em 2001 com a chegada dos norte-americanos ao Afeganistão, tomaram novamente o poder, sem qualquer oposição por parte do Governo afegão, cujo Presidente desertou. A inquietação perante o possível aumento do terrorismo internacional e acima de tudo perante o respeito pelas liberdades e direitos fundamentais em especial das mulheres e raparigas agudiza-se. Na reunião dos parlamentos dos países do sul, realizada esta semana, manifestei profunda preocupação pela situação vivida no Afeganistão e a decorrente crise humanitária. Defendi que tem de ser dada uma prioridade máxima à dimensão humanitária, de forma a apoiar o povo afegão. Só com uma resposta à situação crítica que se vive no Afeganistão podemos tentar prevenir uma crise humanitária, uma crise migratória e uma crise de segurança como a que aconteceu em 2015.
Há 3 dimensões que julgo importante termos em conta: a dimensão nacional - Portugal já se disponibilizou para receber centenas de afegãos, e à semelhança de Portugal é fundamental uma maior solidariedade europeia, solidariedade para com os que fogem, mas também solidariedade para com os Estados-membros que têm sido mais fustigados pelas crises migratórias; a 2ª dimensão é europeia -tem de existir uma forte cooperação europeia na procura de capacidade de resposta adequada à escala deste desafio emergente. A UE tem de continuar a ser uma fonte de esperança para o povo afegão, e temos a obrigação de dar uma resposta mais global à situação que se vive no Afeganistão para prevenir uma maior crise humanitária, uma crise migratória e uma crise de segurança. Até porque é garantindo ajuda humanitária que simultaneamente garantimos a segurança no nosso espaço comum; e, por fim, a dimensão internacional - a UE conjuntamente com a comunidade internacional têm de apoiar os países vizinhos, nomeadamente o Paquistão e o Irão, criando mecanismos que permitam salvaguardar os direitos dos que são forçados a fugir, esta deve ser a prioridade na constituição de uma plataforma de cooperação com os países vizinhos do Afeganistão. Não podemos abandonar o povo Afegão! E, por isso, continuaremos a pressionar a comunidade internacional, através do Governo Português, para que cumpra o dever ético que temos para com os Afegãos.

AÇORES-um dos principais sectores da economia açoriana, que tem atravessado muitas dificuldades ao longo dos anos, é o sector do leite. A urgência do pagamento justo ao produtor de leite é premente. Só garantindo um pagamento justo podemos assegurar a sustentabilidade do sector e o seu futuro. Esta semana, a Ministra da Agricultura anunciou a criação de uma Subcomissão específica para o sector do leite e produtos lácteos, cujo objetivo é elaborar propostas de intervenção que resolvam os problemas do setor. Nesse sentido irá elaborar um relatório de diagnóstico, com a análise da atual situação, designadamente da estrutura de custos e de proveitos das diversas fases da cadeia (produção, indústria e retalho), assim como dos circuitos e fluxos de produtos. Esta análise da estrutura de custos e proveitos é crucial para sabermos efetivamente quanto é ganho por cada intermediário e quais as ações que têm de ser implementadas para um pagamento mais justo ao produtor. O relatório será apresentado à PARCA- Plataforma de Acompanhamento das Relações na Cadeia Alimentar até ao final de 2021.Sendo uma iniciativa nacional é também de saudar o facto de contar com representantes dos Açores à semelhança de outros organismos nacionais, aliás uma postura que tem sido constante ao longo dos últimos 6 anos. Ainda em relação aos Açores, esta semana, foram aprovados por unanimidade, os requerimentos para ouvir Nicolau Santos, Presidente do Conselho de Administração da RTP sobre a estratégia para os Açores e o Presidente da ANA/Vinci sobre o investimento no aeroporto da Horta.

Uma palavra final de homenagem ao Presidente Jorge Sampaio que para sempre ficará na nossa memória como exemplo de solidariedade para com os mais desfavorecidos e de luta pela democracia e pela liberdade na igualdade. Até sempre, Presidente!