Opinião

O serviço público de rádio e televisão e as autárquicas

Pela manhã, na Antena 1, ao anoitecer, na RTP Açores, temos tido oportunidade de ouvir e ver os candidatos e candidatas às várias Câmaras Municipais dos Açores.

No momento em que vos escrevo acabei de ouvir o debate relativo ao Concelho de Angra do Heroísmo. Como em todos os que tive oportunidade de ouvir, sabe a pouco. Gostávamos de ter mais tempo e gostávamos, eventualmente, de mais debate com menos participação jornalística. Percebemos que o modelo decorre da limitação do tempo. Apesar de tudo, com as limitações do tempo e do número de candidatos a intervir, fica a nota positiva para o serviço público prestado pela RTP e RDP Açores na divulgação dos projetos autárquicos dos vários partidos políticos.

O papel da rádio e televisão pública nos processos eleitorais sempre foi importante, mas agora é ainda mais. A verdade é que as limitações impostas pela pandemia às campanhas porta a porta e aos contatos mais institucionais reforçam a importância dos meios de comunicação social em geral, mas sobretudo daqueles que prestam serviços público, de que estes debates por concelho tem sido excelente exemplo.

Evidentemente que as redes sociais passaram a exercer um papel cada vez mais presente no dia a dia dos eleitores e como tal são sem dúvida um meio privilegiado para acompanhar a atividade e conhecer os programas eleitorais dos candidatos à nossa junta, câmara ou assembleia municipal. Sem dúvida também que os partidos políticos e os vários candidatos fazem (e bem) um uso cada vez mais generalizado destes meios.

Mas este uso das redes sociais não desmerece ou coloca em segundo plano o serviço público de rádio e televisão que na minha modesta opinião continua a ser o meio principal para fazer chegar à casa de cada um dos açorianos as ideias dos candidatos aos órgãos autárquicos. Importa que assim seja para que possamos apelar à participação cívica consciente e esclarecida.

Mas claro que falar destes momentos implica que se fale daquilo que me parece merecer destaque em alguns concelhos. O debate da Praia da Vitória. Começando pela jornalista Marta Silva. Nota muito positiva. Interventiva quanto baste, trazendo para o debate os assuntos que interessam aos praienses, procurando respostas claras de cada um dos candidatos. De entre os candidatos, Berto Messias destacou-se pelas respostas claras e assertivas, pelas ideias concretas e corajosas. Na atitude, mostrou aquilo que é: um jovem talentoso, humilde e com um orgulho enorme na Praia da Vitória.

Outro debate que me cativou foi sem dúvida o da Ribeira Grande. Concelho com enorme potencial de crescimento e com desafios, uns mais novos, outros mais velhos, que importa enfrentar. A Lurdes Alfinete revelou um conhecimento profundo do concelho a que se candidata e ideias claras para encarar as questões sociais e económicas que se colocam à Ribeira Grande. Nota muito positiva ao entusiasmo e motivação que revela na abordagem a cada um dos temas e na campanha fantástica que temos tido o gosto e a oportunidade de acompanhar.

Por fim, refiro outras 4mulheres candidatas pelo PS Açores: Cristina Calisto (Lagoa, São Miguel), Bárbara Chaves (Vila do Porto, Santa Maria), Ana Brum (Lajes do Pico) e Ângela Garcia (Madalena do Pico). Revelam conhecimento, motivação e uma enorme entrega aos projetos que apresentam e lideram. Continuam a ser poucas, mas dão provas de que a participação das mulheres nos projetos políticos autárquicos engrandece, valoriza e qualifica as candidaturas.