Opinião

Amor

Há um verso de Vitorino Nemésio, do poema “A caminho do Corvo”, que no youtube se pode ouvir na voz de Vasco Pereira da Costa, de que me tenho lembrado amiúde… Diz que “da espuma do mar sai gente e amor também”… e lembro-me dele de cada vez que olho para o estado em que estamos há um ano – confinados, limitados, cercados por todos os lados, por uma pandemia avassaladora que não parece querer dar tréguas.
Agarro-me a ele, ao verso, para me lembrar do Povo que somos, corajoso, lúcido e capaz, para pensar que um dia destes, algures entre um dia e outro, teremos a notícia de que a situação está controlada e de que poderemos (enfim) retomar as nossas vidas, nos compassos que quisermos…
Bem sei que levará o seu tempo, mas tenho a certeza de que não nos renderemos, não baixaremos os braços e lutaremos, como sempre, para resgatar à pandemia o que é nosso por direito…
Para isso, precisamos de gente lúcida e de muito amor à nossa terra. Não daquele doentio, que só serve a alguns para justificar atitudes, calar ou silenciar outras, estudar táticas ou marcar golos nas balizas alheias, mas sim daquele genuíno, simples e possível, que ergue a bandeira dos Açores, acima da mesquinhez utilitária e básica, e vai adiante, por pior que seja a tempestade.
É desse amor que precisa a gente que sai da espuma do mar. Um amor que encoraja. Um amor que incentiva. Um amor que apoia todos. Sem excepções!
Uma Feliz Páscoa para todos e muita saúde.