Opinião

Política do capricho versus a do medo

Capricho Foi um capricho o encerramento da sociedade e a suspensão da economia desde 16 de março em todas as ilhas? Foi um capricho o pedido de encerramento dos aeroportos de São Miguel e Terceira? Foi um capricho suspender as ligações aéreas e marítimas entre as ilhas? Foi um capricho a recusa de desembarque de centenas de passageiros em cruzeiros? Foi por capricho o custo de milhões de euros para as quarentenas obrigatórias? Foi um capricho redirecionar o plano de investimentos no último ano de legislatura para manter à tona da água as empresas e assegurar empregos? Foi um capricho criar quatro grupos de desconfinamento em diferentes velocidades desde 4 de maio? Foi um capricho querer desconfinar São Miguel a partir de 22 de maio? Não, a todas as perguntas. Esta foi a estratégia convicta do Governo dos Açores para responder a uma crise sanitária que colocou à prova o nosso sistema de saúde e onde uma avalanche de contaminações não teria tido, como noutros países, resposta por parte do serviço de saúde . Temos Açorianos nas 9 ilhas, temos 3 hospitais e entre nós há mar, o que exigiu mais proteção e mesmo com algumas portas fechadas a estratégia estava delineada e foi interrompida pelo medo de uns. Medo A política do medo está instalada no PSD. Medo do bom trabalho que o Governo Regional está a desenvolver junto da sociedade e da economia - com certeza sempre sujeito a melhorias. Medo que o Governo ultrapasse esta crise sanitária e com a determinação de responder às crises económicas e sociais que se seguirão. Medo de que o sucesso na gestão da crise sanitária seja o seu maior adversário eleitoral. Não tenham medo. As eleições são um pormenor perante crises sanitárias, económicas e sociais. A política do medo há uns bons anos fez percurso, que me dispenso de relembrar. Esta política do medo é bafienta e é bolorenta. No presente, a política do medo está mascarada. O cheiro é o mesmo. Esta política do medo é sinal que a primeira fase do combate à pandemia foi caprichosamente sucedida. Com cooperação, solidariedade e conhecimento científico, o Governo, a Assembleia Regional e a sociedade saberão responder às próximas crises. Precaução e não protagonismo por conquistas autonómicas e não conquistas eleitorais. Num novo normal juntamente com os Açorianos de saúde e prontos para o arregaçar de mangas, com as lições aprendidas os Açorianos saberão avaliar, no tempo certo, aqueles que estiveram sempre ao seu lado e eles são já os vencedores de qualquer eleição, desde logo a luta pela sobrevivência.