Opinião

Desconfinar…

Começámos a desconfinar. Controlado que está este surto de pandemia, em respeito pelas determinações das Autoridades, ao nível da prevenção e do distanciamento físico, gradualmente temos que retomar o normal possível. E do arejamento permitido, físico e mental. Sabíamos já que há uns desconfinamentos mais eufóricos, como que a festejar objetivamente e a reconhecer implicitamente, o êxito desta primeira batalha. Mesmo que com excitadas incoerências e contradições. Alguns dos que clamaram pelo confinamento total, contra Lisboa e o “bloqueio constitucional” -- miram agora o que antes aplaudiram de pouco como restrição inadmissível. Esquecendo-se que a substância é a mesma. E se a forma jurídica mudou, os integralistas da unicidade já antes resmungavam por inconstitucionalidades, mesmo em emergência. Mas só agora dá jeito desconfinar... E constata-se assim que, afinal, amam constitucionalistas de Lisboa. Infelizmente nem sempre para os aliarem à bondade e possibilidade de novas conquistas autonómicas; por vezes mesmo para fazerem coro a argumentos formalistas, ainda assim e sempre, discutíveis. Pois quando se passa da reflexão à ação adentra-se num comportamento político, sujeito ao escrutínio da Cidade! Mas tudo isto são sinais de que ultrapassámos bem esta primeira fase. E vamos agarrar o novo normal, tentando harmonizar o melhor possível todas as sanidades, economia, equidade social e liberdades. E eu estou mesmo desconfinado que o aparente unanimismo e o pretenso sentido institucional de muitos atores políticos também desconfinou, sem máscara e em busca do tempo perdido. E talvez sobretudo antecipando o já perdido tempo que há-de vir!