Opinião

TSD/Açores: Mais uma moeda, mais uma voltinha…

Na edição de 8 de fevereiro do corrente ano saiu, neste espaço, um texto da minha autoria – intitulado “O INE e a cassete dos TSD” – e que passado uns dias mereceu a honra de ser citado em texto assinado pelo Presidente dos TSD/Açores. A “resposta”, confesso, era expectável. Inclusivamente os termos utilizados pelo autor com o intuito de levar a discussão para outro patamar. Não o conseguiu nos dias seguintes; não o vai conseguir hoje; nem em qualquer outra altura. Os referidos termos e considerações quanto à minha formação académica, atividade profissional e remuneração apenas servem para qualificar o autor do texto. No campeonato da luta na lama política ou outra, lamento, mas entrego já o título. Não por falta de abundantes argumentos, mas por motivos éticos e de princípios. O mesmo já não se pode dizer quanto a factos e acontecimentos políticos. Aqui já não abdico de expressar a minha análise. Por estes dias foram anunciados, pelo INE, os dados referentes ao desemprego do primeiro trimestre. E o que se seguiu de imediato? Isso mesmo, a habitual prova de vida do Presidente dos TSD/Açores. Tal como se diz junto aos carrosséis existentes nas feiras: mais uma moeda, mais uma voltinha. Com a particularidade habitual, isto é, a voltinha é dada em contramão. O INE anunciou que se tinha registado nos Açores, no primeiro trimestre de 2020, o número mais baixo de desempregados desde o primeiro trimestre de 2011. Temos, portanto, a menor taxa de desemprego dos últimos 9 anos. Tal como a taxa de desemprego jovem que é a mais baixa desde 2011. Fazendo o balanço desta legislatura, constata-se que existem mais 4091 açorianos no mercado de trabalho e menos 6839 desempregados. O balanço é, objetivamente, muito positivo. O percurso trilhado, resultante de um trabalho árduo do executivo regional em conjugação com a tenacidade do mundo empresarial, permitiu fazer com que a taxa de desemprego baixasse para 7,2%. É bom ter presente, por exemplo, que no primeiro trimestre de 2014 a taxa de desemprego nos Açores se cifrava nuns assustadores 18%! O caminho ainda é longo e a missão, comum a todos os agentes políticos (será?), é contribuir para a contínua diminuição da taxa de desemprego. Então e os TSD, como reagiram? Como sempre. A percentagem do desemprego é um mero pormenor. O texto está predefinido. Ora vejam: em comunicado o Presidente dos TSD diz, em relação à taxa de 7,2%, que “o desemprego continua a ser um problema grave nos Açores, para o qual a governação socialista não encontra respostas atempadas e adequadas”. E sabem o que dizia o Presidente dos TSD, por exemplo, quando o desemprego era de 13%? Isso mesmo… Que “o desemprego continua a ser um flagelo nos Açores”; e que “as medidas do Governo Regional não estão a gerar os empregos de que os Açores necessitam”. E há mais exemplos… Em todos eles a música tem uma métrica rudimentar e muito previsível. São sempre utilizadas apenas duas notas. O “dó” para culpabilizar os governos do PS e o “ré” para trazer Sócrates à colação. Esta pobreza no domínio das notas musicais, sem rimar nem encostar com a letra do INE, bem pode ser o pretexto final que Bolieiro – ex adjunto do Subsecretário Regional da Comunicação Social no final década de 80 e início de 90 – precisava para dar ouvidos à música que ecoa, em diversos timbres, na sua bancada parlamentar…