Opinião

De Lá para Cá - O seu contrário

Em política como em muitas outras coisas, nem tudo o que parece é. Tal como em tudo o que se faz, para além do saber, do saber fazer, há que fazer saber. O fazer saber é uma das tarefas mais difíceis, porque requer comunicação, dizer o que é preciso dizer e por vezes dizer o que as pessoas gostariam de ouvir, mas sobretudo enriquecer o conhecimento sobre os nossos problemas com realismo, na comparação correta das situações e no entendimento da complexidade de alguns problemas. O que fica por dizer, na contextualização de um determinado discurso, pode e gera, por vezes, confusões e juízos de valor que devem ser validados com a explicação dos factos. A saúde é um destes sistemas tão complexos como necessário à vida de todos nós, com a particularidade de ser primeiro sempre uma necessidade individual para depois a considerarmos uma prioridade coletiva. A minha saúde é, na perspetiva de cada um, sempre mais importante que a saúde do outro, independentemente da solidariedade e preocupação que geram em nós os problemas de saúde dos nossos mais próximos ou queridos. O que temos assistido em termos de discussão do nosso Serviço Regional de Saúde fixa-se, por facilitismo político da oposição, no problema complexo das listas de espera em saúde. O que falta discutir e o que preocupa a quem vê no sistema de saúde outras ameaças, nomeadamente à sua sustentabilidade, ao acesso a novas e mais complexas terapias e exames de diagnóstico, a toda uma alocação de recursos que são desafios constantes de adaptação do sistema; não interessa à oposição. Daí a tal repetição inconsequente dos partidos da oposição a que me queria referir e que, não tendo por lapso sido contextualizada, gerou justificáveis opiniões e reações divergentes. Que nunca fique em causa o respeito por quem nos propusemos servir, respeito que se adquire por ações mais do que por palavras, respeito mútuo preferencialmente, embora em política a reciprocidade se baseie cada vez mais em interesses. Foi no sentir dos problemas reportados pelos utentes do nosso SRS e no respeito pelo seu direito de exigir mais e melhor, que o GPPS do qual faço parte por vontade de poder ser útil; reuniu com os dirigentes do maior hospital da Região Autónoma dos Açores, para partilhar com eles estas complexidades e problemas, com seriedade, com espírito de ajuda para a resolução dos mesmos, porque são estas as ações que os açorianos esperam de nós e nunca o seu contrário.