Opinião

Quando as palavras são para o ataque e não para o combate

No debate dos dias de hoje, as palavras são para o ataque e não para o combate. A coragem de trazer à arena da decisão as palavras (e ações), que uns optam por esconder ou minimizar, é alvo de crítica. Combate 1 - Plano contra a pobreza e exclusão social - o que é? é um plano integrado, apresentado na passada segunda-feira, e não uma soma de apoios sociais e construções na área social. Um plano com prioridades e medidas estruturais para a implicância saudável no crescimento e vivência dos indivíduos. Combate 2 -Plano contra a pobreza e exclusão social - quem intervém e a quem compete? o plano é transversal a todo o governo, a todas as áreas governamentais. É transversal a toda a sociedade. Não é só um plano do Governo. É um plano dos Açores. Combate 3- Plano contra a pobreza e exclusão social - Porque não antes? As classes desfavorecidas sempre beneficiaram do apoio do Governo Regional no combate à pobreza e exclusão social. Nunca se assistiu a desproteção. Ao longo do tempo, o combate à pobreza e exclusão social tem-se assumido com políticas de intervenção social, através do sistema de proteção social regional e nacional. São exemplos: remuneração complementar, acréscimo salário mínimo regional, Compamid, complemento regional de pensão , o apoio à habitação , o garante da ação social escolar... A emergência de assegurar apoios específicos e de construções de espaços sociais era imperativa a qualquer plano estrutural. Combate 4 - Plano contra a pobreza e exclusão social - Porque só agora? A abordagem às realidades deve ser bem diferentes das do passado. Em complemento com as medidas existentes, é certo, mas com um novo paradigma. Porque hoje pode ser-se pobre com emprego. Porque hoje pode ser-se desempregado com a escolaridade obrigatória. Porque hoje o abandono escolar está vencido. Porque hoje o sucesso escolar ainda não. Numa região onde o crescimento económico é notório, na pesca, na agricultura e no turismo, todos temos consciência das novas realidades societárias. Perante estas ao Governo exige-se coragem e determinação para não fugir às palavras. Este plano, aberto à discussão pública, é isso mesmo, é um sinal de coragem para enfrentar com ações as palavras “pobreza” e “exclusão social”. Será interessante no final da discussão pública, a 31 de janeiro de 2018, analisar os interessados a participar na construção do documento final do combate à pobreza e exclusão social numa região com 9 realidades diferentes e numa economia que está a crescer, nos últimos dois anos, a um ritmo ainda superior ao que se verifica no país. As palavras, “combate”, “pobreza” e “exclusão”, assumem-se como a antecâmara da ação para o combate às situações de desfavorecimento, umas que permanecem e outras que emergem, em muito, por via das mudanças societais.